“VOCÊ ESTÁ ME OUVINDO?” PRÁTICAS PROFISSIONAIS MEDIADAS POR TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO.
Psicologia. Psicoterapia online. Tecnologias de informação e comunicação.
A pandemia de COVID-19 impulsionou o uso de Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) nas práticas profissionais de psicólogas, sendo a psicoterapia uma das atividades em que o uso de tais tecnologias foi mais evidente. A incorporação e o uso cada vez maior de tecnologias na atuação profissional retoma as discussões quanto às implicações éticas, técnicas e formativas das práticas psicológicas mediadas por TICs, entre tantas outras questões. Trata-se de pesquisa qualitativa, cujo referencial teóricometodológico alinha-se com o Construcionismo Social e as Práticas Discursivas e Produção de Sentidos. O objetivo é compreender os sentidos produzidos nas práticas profissionais de psicólogas mediadas por TICs. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas via Google Meet com 5 (cinco) psicólogas que: a) prestavam serviços por meio de TICs antes da pandemia; b) que passaram a prestar serviços por meio de TICs devido à pandemia. As entrevistas foram gravadas mediante consentimento e transcritas a fim facilitar a análise de informações. Como estratégia de análise, foram produzidos Mapas Dialógicos, pois auxiliam na identificação de temáticas dialogadas nas entrevistas. Os mapas identificaram cinco conjuntos de sentidos envolvidos nas práticas profissionais mediadas por tecnologias: formação, modos de fazer, redes, segurança e contrastes presencial x online. Se de um lado a diversidade de modos de fazer amplia as possibilidades, de outro a ubiquidade e a ausência de fronteiras pode ser um fator preocupante na relação com o trabalho. Pensar a interface das práticas com as tecnologias está para além de questões que individualizam ou são estritamente focadas na “eficácia” do processo, envolve questões teóricas, técnicas, ocupacionais, sociais e emocionais que são atravessadas diretamente pela tecnologia. Os diferentes usos e seus efeitos convidam a refletir cada vez mais sobre quais rumos nossas práticas estão tomando com o crescente avanço tecnológico, sobretudo como agregar as máquinas sem dispensar o que nos faz humanos.