O ANTIRRACISMO CORDIAL DE ACADÊMICAS BRANCAS: ENTRE PRÁTICAS, PACTOS E DISCURSOS
Antirracismo cordial; Branquitude; Academia; Anticolonial; Feminismos subalternos.
Esta dissertação é movida pela inconformidade, pela fúria e pelo desejo de desmantelar a branquitude acadêmica. Movimenta-se embalada pelo sonho de alargar a ciência e fazer dela morada de corpos negros, indígenas e quilombolas. Para tal, trabalharemos o conceito de antirracismo cordial como estratégia para tornar visível as violências institucionalizadas pela academia e os mecanismos de poder que sustentam os privilégios sociais e raciais da branquitude, mostrando que até mesmo o movimento antirracista pode ser um instrumento colonizar quando operado pela branquitude. A pesquisa tem como objetivo maior compreender como se constroem e se estruturam as práticas do antirracismo cordial na academia. Como objetivos específicos, o estudo busca compreender como acadêmicas brancas constroem e utilizam-se do antirracismo cordial em práticas institucionais; investigar os mecanismos que dão sustentação a discursos e práticas do antirracismo cordial; identificar quais estratégias são acionadas pela branquitude para sustentar o antirracismo cordial. Com base no referencial teórico dos feminismos subalternos e dos saberes anticolonial, faremos uso das narrativas autobiográficas e das redes de sussurros como recursos epistêmicos e metodológicos, possibilitando uma escrita memorialística. A transmetodologia, proposta de Alberto Efendy Maldonado, e o chamado a deseducação de Luiz Rufino, colaboraram na construção dos caminhos metodológicos, uma vez que convocam a contrapomos o modelo dado de ciência, rompendo com as lógicas extrativista do conhecimento, deixando-nos encharcar pelos sentidos, experiências e emoções. Com isso, é possível habitar o espaço de produção de saber para desmantelá-lo de dentro. Aceito a fúria como afeto importante para reencantar-me pelo lugar que me corrói.