INSEGURANÇA ALIMENTAR, INTERSECCIONALIDADE E IMPLICAÇÕES DA PSICOLOGIA COM AS ATUAIS POLÍTICAS PÚBLICAS DE COMBATE À FOME
Segurança Alimentar; Políticas Públicas; Interseccionalidade; Psicologia.
Esta pesquisa parte do problema da fome e da reivindicação de melhores condições de vida e autonomia para mulheres negras e pobres, colocando em análise as políticas de segurança alimentar e nutricional no Brasil. Acontecendo desde o pilar racista que se estrutura no período colonial, a fome como questão incluída na agenda governamental, é fruto da luta de movimentos sociais, produção acadêmica e inconformidade populacional. É relevante questionar a relação da fome com as questões de raça, classe e gênero, pois, no histórico de dados sobre a segurança alimentar e nutricional (SAN), são em casas chefiadas por mulheres, pessoas pretas e pobres, onde estão os maiores níveis de insegurança alimentar grave. Por isso, para propor rompimento de discursos estruturais que reforçam vulnerabilidades, desejo compreender como as políticas contemporâneas de SAN situam as mulheres negras, que são suas maiores beneficiárias. A pesquisa possui como objetivo geral analisar a presença dos marcadores de raça, classe e gênero nas políticas de segurança alimentar e nutricional atuais. São objetivos específicos mapear e analisar documentos que constituem políticas, programas e ações de segurança alimentar, discutir as políticas de combate à fome e segurança alimentar no Brasil desde uma perspectiva histórica e interseccional, e, problematizar a inserção da psicologia nestas políticas a partir de uma perspectiva feminista interseccional. Para alcançar o objetivo proposto por essa pesquisa, parte-se da análise documental de leis e políticas de geração de renda que envolvam a segurança alimentar e nutricional, e a partir disto, do esforço analítico em uma perspectiva teórico metodológica feminista interseccional.