ENTRE A ROMANTIZAÇÃO E A VALIDAÇÃO DO SOFRIMENTO: Uma análise das crenças e comportamentos de mulheres vítimas de violência perpetrada por parceiros íntimos
Violência contra a Mulher; Violência por Parceiro Íntimo; Crença.
Analisar o fenômeno da violência contra a mulher representa um desafio que vem sendo abordado não só no Brasil, mas em várias partes do mundo. A Declaração sobre a Eliminação da Violência contra as Mulheres realizada em 1993 estabeleceu que essa violência passou a ser uma preocupação para a saúde pública, para os direitos humanos e para a política social. As produções acadêmicas brasileiras sobre a violência contra a mulher tiveram início a partir dos anos 80 e instauraram uma das áreas primordiais dos estudos feministas no país. Este trabalho inicia-se com um capítulo sobre a normalização da violência contra as mulheres, no qual também são apresentados os impactos da violência por parceiro íntimo na vida das vítimas e na sociedade, demonstrando que essa modalidade de violência, apesar de ocorrer no íntimo das relações, é um problema público. No capítulo seguinte, encontra-se uma apresentação do modelo teórico que conduzirá a investigação realizada por essa dissertação, apresentamos as variáveis que compõem a Teoria da Ação Planejada, as áreas de estudo que utilizam esse modelo teórico e como as crenças se relacionam com a execução de determinado comportamento. No terceiro capítulo, apresentamos uma revisão sistemática que teve por objetivo investigar a relação entre as crenças das mulheres vítimas de VPI e os seus comportamentos diante do cenário abusivo. O quarto capítulo investigará os discursos de mulheres vítimas de VPI para analisar as suas crenças acerca da dinâmica abusiva de seus relacionamentos e as estratégias utilizadas por elas para enfrentar o cenário de violência. No quinto capítulo apresentaremos uma discussão geral a partir de uma análise comparativa dos resultados dos capítulos III e IV.