MULHERES, CORPO ENCANTADO E LOUCURA: NARRATIVAS ANTIMANICOMIAIS E POÉTICAS DE RESISTÊNCIA
saúde mental; feminismo decolonial; políticas de escrita; luta antimanicomial.
A pesquisa que aqui me debrucei a desenvolver é fruto de uma série de memórias, experiências, trocas e observações das minhas relações cotidianas, de vida e de práticas como profissional da psicologia na política de assistência social, em comunidades periféricas situadas em uma cidade do interior do agreste alagoano. O texto foi construído a partir da relação entre mulheres, saúde mental e suas poéticas de resistência, através de narrativas orais e escritas. Para que vocês conheçam aqui as motivações que me trouxeram a este estudo, ao invés de objetivos gerais e específicos, escolhemos manifestar uma pergunta que move esta pesquisa e nos fez trilhar até a encruzilhada de ideias que foram produzidas: Quais são os efeitos produzidos pela conjuração de memórias e narrativas de mulheres subalternas na produção do conhecimento, nas práticas de cuidado, garantia de direitos nos campos da assistência social e saúde mental? Diante de tantas inquietações que surgiram entre andanças e encontros, pretendemos refletir e discutir narrativas de mulheres do agreste alagoano, sobre a relação entre corpo, loucura e medicalização do corpo feminino e apresentar aspectos e experiências vividas na rede de atenção psicossocial local; Por fim, buscamos compreender como essas narrativas se encontram com histórias presentes em obras literárias, de mulheres que viveram a experiência de internação psiquiátrica, a partir de suas poéticas antimanicomiais de resistência e políticas de vida.