MULHERES E ECONOMIA SOLIDÁRIA EM FLEXEIRAS (AL): TRABALHO COOPERADO, GERAÇÃO DE RENDA E AUTONOMIA
Economia Solidária, mulheres, trabalho cooperado, geração de renda, autonomia.
A Economia Solidária é um modelo de produção que tem suas bases estabelecidas nas interações sociais, destinada a todas as pessoas que desejam gerar renda de uma forma cooperada e sustentável. Sua chegada ao Brasil se deu em meados da década de 1980 e se expandiu por diversos segmentos econômicos, sendo eles rurais e/ou urbanos. Alguns dos seus princípios são a autogestão, a solidariedade e a sustentabilidade. No Brasil, essa forma de empreender se disseminou rapidamente entre as camadas mais vulneráveis da sociedade. Em decorrência das altas taxas de desemprego, milhares de pessoas permanecem fora do mercado de trabalho formal, nos moldes tradicionais. Deste modo, o trabalho no modelo de Economia Solidária tenta suprir a necessidade de geração de renda, ao passo que também qualifica seus integrantes. Nesta pesquisa dialogamos com cinco mulheres do interior de Alagoas, que trabalham no modelo de Economia Solidária, em um grupo de costura chamado “Mulheres da costura”, no município de Flexeiras. Estabelecemos um diálogo com as participantes de modo a discutir os impactos do trabalho cooperado na produção de autonomia das mulheres. Além disso, buscamos também identificar os motivos que as conduziram para a formação de um empreendimento de Economia Solidária; analisar os benefícios financeiros, sociais e pessoais advindos da formação e desenvolvimento das atividades cooperadas, e por fim, identificar os desafios inerentes à gestão coletiva de um empreendimento solidário. Buscamos pensar essas experiências através de diálogos de colaboração, como sugere bell hooks, esses diálogos são importantes, para o nosso propósito de construção coletiva do conhecimento. Em relação aos resultados da pesquisa, observamos que o processo de autonomia das mulheres está acontecendo no dia a dia, quanto mais elas compartilham experiências de forma coletiva, mais elas aprendem, ensinam e acolhem umas às outras. A geração de renda proporcionada pelo trabalho que realizam, é mais um fator impulsionador, que as auxiliam nesta caminhada em direção à construção de sua autonomia.