"TODO MUNDO JÁ TEVE UMA IYÁ": COSTURANDO MEMÓRIAS, AFETOS E TERRITORIALIDADES
Cartografia afetiva; Educação patrimonial; Escrevivência; Matripotências; Memória.
Esta dissertação é uma Escrevivência (Evaristo, 2005) que
reflete sobre como as trajetórias política-culturais-religiosas de
mulheres negras são constituídas enquanto narrativas e se
apresentam como contranarrativas, provocando rupturas e
reelaborações em meio a processos de violências estruturais
produzidas na minha experiencia-vivida em diferentes espaços-
tempos. A partir dessa perspectiva, aponto para a necessidade
de ampliar a compreensão do (re)encantamento com
espiritualidade, da construção de pertencimento, do cuidado
com a corporalidade e do compromisso com a coletividade
como ferramentas de cura. Tais elementos impulsionam
avanços e movimentações que consolidam ações e espaços de
aquilombamento, garantindo a presença e atuação de vozes
subalternas nos espaços de poder-saber. Tomando a
Escrevivência como estratégia textual e analítica, destaco a
importância e reconhecimento da curadoria dos afetos, da
memória e das matripotências como forças catalisadoras para o
aprendizado e para a construção de uma prática antropológica
engajada. Por fim, apresento a artesania da presença como
possibilidade de costura e construção de uma cartografia
afetiva, entendida como instrumento de educação patrimonial.