NOS BASTIDORES, NO PALCO E NO MUNDO: UMA ETNOGRAFIA SOBRE AS RELAÇÕES DE GÊNERO, RAÇA, ARTE E MILITÂNCIA POLÍTICA DO GRUPO TRANSHOW EM MACEIÓ.
Essa dissertação é sobre as relações de gênero, raça e militância política em manifestações artísticas realizadas por um grupo de arte transformista, o Transhow, inserido em uma Organização Não Governamental (ONG), ACTRANS (Associação Cultural de Travestis e Transexuais de Alagoas). O trabalho de campo foi organizado em torno da participação em diferentes atividades do grupo, na interface entre a academia, a política e a apresentação artística, bem como de entrevistas em profundidade com algumas artistas, acadêmicas/os e figuras políticas do movimento social das mulheres trans e travestis. Trata-se de refletir sobre a formação de lideranças nas movimentações sociais mais amplas que envolvem as práticas da arte transformista e sua circulação no Estado de Alagoas. Busco pensar como algumas artistas, acadêmicas/os e militantes se relacionam com essa especificidade artística na tentativa de descrever um movimento social distinto daquele que caracterizou essa população na militância política na década de 1980, através do engajamento em ações de enfretamento ao HIV-Aids, e o combate a violência policial em seus locais de trabalho na prostituição. Nesse sentido, privilegio a arte buscando contribuir para a ampliação da interface teórica entre os estudos de gênero, raça e movimento social na antropologia.
Arte transformista; Gênero; Raça; Movimento social.