NARRATIVAS DE ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO ACERCA DA PRODUÇÃO DE CONTEÚDOS AUDIOVISUAIS NAS AULAS DE MATEMÁTICA
Geometria Espacial; Ensino Médio; Sólidos geométricos; Recursos audiovisuais; Tecnologias.
Diante das dificuldades enfrentadas por estudantes do Ensino Médio na aprendizagem dos conceitos de Geometria Espacial, especialmente no que diz respeito ao cálculo de área e volume de sólidos tridimensionais, a pesquisa parte da seguinte questão norteadora: Como a produção de recursos audiovisuais pode contribuir para o aprimoramento da aprendizagem dos conceitos de geometria espacial, com ênfase no cálculo de área e volume dos sólidos geométricos: prisma, paralelepípedo, cubo, pirâmide, cilindro, cone e esfera, entre estudantes da 2ª série do Ensino Médio de uma escola pública localizada no município de Rio Largo – AL? O objetivo geral é analisar as narrativas dos estudantes acerca da experiência de produzir recursos audiovisuais voltados à Geometria Espacial. Os objetivos específicos envolvem: compreender de que maneira a produção de conteúdos audiovisuais favoreceu a aprendizagem dos conceitos geométricos; refletir sobre as estratégias utilizadas pelos alunos e suas narrativas durante o processo; e propor uma sequência didática que integre o uso de recursos audiovisuais ao ensino da Geometria Espacial. A pesquisa é de natureza qualitativa, com abordagem narrativa, tendo como lócus uma escola pública de tempo integral. Participaram da pesquisa 23 estudantes da 2ª série do Ensino Médio, cujas narrativas foram analisadas com base nos dados obtidos por meio de questionário semiestruturado, diário de bordo, observações e registros audiovisuais das atividades desenvolvidas. O método de análise adotado foi a Análise Temática, conforme proposto por Braun e Clarke (2006), permitindo identificar padrões de sentido nas experiências dos participantes. Os resultados indicam que a produção de vídeos promoveu uma ampliação da compreensão dos conceitos geométricos, favorecendo a visualização espacial e a contextualização dos conteúdos no cotidiano. Observou-se o fortalecimento do trabalho colaborativo e da autonomia intelectual, bem como o desenvolvimento da capacidade de comunicação e expressão matemática em diferentes linguagens — verbal, visual e simbólica. As narrativas revelaram que o uso do audiovisual despertou entusiasmo e curiosidade, transformando a relação dos estudantes com a Matemática e possibilitando uma aprendizagem mais prazerosa e significativa. Além disso, a prática audiovisual demonstrou potencial para romper com o modelo tradicional de ensino centrado na memorização de fórmulas, possibilitando a construção de um conhecimento contextualizado e experiencial. As dificuldades iniciais, como a exposição diante das câmeras e a limitação técnica na edição dos vídeos, transformaram-se em oportunidades de aprendizagem e cooperação. Constatou-se que os estudantes passaram a reconhecer a Geometria Espacial como parte do seu cotidiano e a valorizar a Matemática como linguagem viva e criativa. Conclui-se que a integração dos recursos audiovisuais ao ensino da Geometria Espacial constitui uma estratégia eficaz para promover o engajamento e o protagonismo discente, articulando teoria e prática de modo interdisciplinar e contextualizado. O produto educacional “Geometria em Cena” sintetiza essa proposta, oferecendo subsídios para que professores de Matemática possam incorporar o audiovisual como ferramenta metodológica inovadora no ensino de sólidos geométricos.