Banca de QUALIFICAÇÃO: EDUARDA VIANA MAFRA CARDOSO
Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : EDUARDA VIANA MAFRA CARDOSO
DATA : 22/07/2025
HORA: 09:00
LOCAL: Sala 01 - ICBS
TÍTULO:
ANÁLISE DOS MARCADORES DE RESISTÊNCIA ÀS LACTONAS MACROCÍCLICAS - GLICOPROTEÍNA-P e 𝛃-tubulina - EM AMOSTRAS DE SANGUE DE CÃES COM Dirofilaria immitis CIRCULANTES NO ESTADO DE ALAGOAS
PALAVRAS-CHAVES:
Dirofilariose, Resistência a fármacos, Biologia molecular
PÁGINAS: 58
RESUMO:
A dirofilariose, causada por Dirofilaria immitis, é uma parasitose de grande relevância global na medicina veterinária, afetando principalmente cães, mas também gatos e, acidentalmente, humanos. Transmitida por mosquitos culicídeos, sua prevalência é maior em regiões tropicais e subtropicais devido às condições ambientais favoráveis ao vetor e à presença de hospedeiros definitivos. Os parasitos adultos de D. immitis se localizam nas artérias pulmonares e no coração direito dos cães, com a gravidade clínica diretamente relacionada à carga parasitária e à duração da infecção. O ciclo biológico do parasito no mosquito vetor é um processo complexo e temperatura-dependente, que impacta tanto a transmissão quanto a patogenia da dirofilariose. O diagnóstico da dirofilariose é fundamental para o controle e baseia-se na combinação de métodos diretos, como o teste de Knott modificado para detecção de microfilárias, e indiretos, como a pesquisa de antígenos de vermes adultos. A biologia molecular, particularmente a Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), tem se tornado uma ferramenta essencial por sua alta sensibilidade e capacidade de diferenciar espécies, sendo crucial para identificar infecções ocultas e auxiliar em inquéritos epidemiológicos. O tratamento e a profilaxia são historicamente centrados nas lactonas macrocíclicas (LMs), fármacos eficazes na eliminação de microfilárias e na prevenção da infecção. Contudo, a emergência e disseminação de cepas de D. immitis resistentes às LMs representa um desafio crescente para a eficácia profilática, impactando o controle da doença globalmente. Casos de resistência já foram descritos, inclusive com evidências recentes na Europa e indícios no Brasil, sugerindo que o uso inadequado dos fármacos e a seleção de mutações em genes como os da glicoproteína-P (P-gp) e β-tubulina contribuem para esse fenômeno. Diante desse cenário de resistência e da lacuna de dados regionais sobre a prevalência e os marcadores genéticos em D. immitis, este trabalho objetivou analisar os possíveis polimorfismos nos genes glicoproteína-P e β-tubulina em amostras de D. immitis circulantes no estado de Alagoas. Para tanto, 39 amostras de sangue de cães, previamente confirmadas como microfilarêmicas por técnicas parasitológicas ou imunológicas e provenientes de diversos municípios alagoanos, foram reavaliadas pela técnica de Knott modificada para confirmação laboratorial, e seu DNA foi extraído. Posteriormente, as amostras foram submetidas à PCR convencional, utilizando primers específicos para glicoproteína-P (P-gp) e β-tubulina. Dos ensaios realizados, 22 amostras apresentaram amplificação para ao menos um dos genes: 11 reagiram para ambos (P-gp e β-tubulina), e 11 reagiram para apenas um (P-gp ou β-tubulina), enquanto as 17 restantes não amplificaram para nenhum. Este estudo é pioneiro na análise desses marcadores de resistência em amostras de cepas de D. immitis de Alagoas, gerando informações cruciais para o entendimento da dinâmica da doença e para o desenvolvimento de futuras estratégias de tratamento e prevenção na região.
MEMBROS DA BANCA:
Interno(a) - 1556562 - ABELARDO SILVA JUNIOR
Interno(a) - 1640234 - DIOGO RIBEIRO CAMARA
Presidente - 1640530 - WAGNNER JOSE NASCIMENTO PORTO