Saúde Única na praça: Avaliação da contaminação ambiental por parasitos em áreas públicas de Maceió, Alagoas
Enteroparasitos; Contaminação do solo; Praças públicas.
Este estudo teve como objetivo avaliar a contaminação por enteroparasitos em áreas públicas urbanas da cidade de Maceió, região nordeste do Brasil, e os riscos para o bem-estar e a saúde de humanos e animais não-humanos, na perspectiva da abordagem de Saúde Única. Foram coletadas 490 amostras de solo de 55 áreas públicas de maio a julho (estação chuvosa) e novembro a dezembro (estação seca) de 2024. As amostras foram analisadas por meio dos métodos de flutuação (técnicas de Willis e de Caldwell&Caldwell) e termohidrotropismo larval (Rugai). Os parasitos identificados foram os helmintos Toxocara spp., Ancilostomídeos, Ascaris spp., Taenia spp., Trichuris spp., Enterobius vermicularis, Hymenolepis nana, Hymenolepis diminuta, Dipylidium caninum e Platynossomum spp., além da presença de ovos larvados não identificados e dos protozoários Cystoisospora spp. e Entamoeba spp.. A taxa de contaminação do solo foi mais elevada na estação chuvosa (53,8%; 148/275) do que, a estação seca (40,4%; 87/215) (p < 0,01). A presença de animais com tutor na estação seca, apresentou um risco 2 vezes maior de contaminação da área pública (p < 0,05). O teste de Cadwell&Cadwell apresentou sensibilidade superior à Willis, no entanto ambas as técnicas apresentaram especificidade de 100%. Os achados deste estudo evidenciam a disseminação de parasitos em áreas públicas urbanas, especialmente em períodos de maior umidade, representando um risco para o bem-estar e a saúde de humanos e animais não humanos que circulam nesses espaços. Na perspectiva da Saúde Única, ações e políticas integradas de vigilância ambiental, controle de animais errantes, com tutela e população sob condições de rua, educação em saúde e melhorias na infraestrutura sanitária devem ser implementadas.