Do Senso-Comum à Sistematicidade: O problema da demarcação no Século XXI, a partir de Susan Haack e Paul Hoyningen-Huene
Filosofia da Ciência; Problema da Demarcação; pseudociência; Haack; Hoyningen-Huene.
Um dos problemas centrais da Filosofia da Ciência é o problema da demarcação, ou seja, a discussão acerca dos critérios de definição, ou de diferenciação, para o que seriam a Ciência e a pseudociência. A questão, que remonta pelo menos até Aristóteles, ganhou um novo fôlego no Século XX, especialmente através das obras de Karl Popper, que começou a publicar em 1930, e Thomas Kuhn, cuja obra mais influente é de 1960. Já no Século XXI, filósofos da Ciência defrontam-se com outros fatores circundantes à questão, como, por exemplo, as crescentes manifestações de cosmovisões místicas em relação à Física Quântica, a ideia de pós-verdade e a instrumentalização ideológica e política de negacionistas científicos. Este trabalho selecionou a obra de dois autores contemporâneos que se dedicam a estas temáticas da Filosofia da Ciência para analisar os aspectos predominantes em suas críticas e contribuições ao problema da demarcação, a saber Susan Haack (especialmente em suas obras publicadas em 2007, 2012 e 2016) e, em menor medida, Paul Hoyningen-Huene (2015). A partir de seus pontos comuns e divergências, pretende-se refletir a respeito do quão significativas podem ser as suas propostas para a discussão pública da Ciência na contemporaneidade