Análise da produção de ácidos graxos de cadeia curta através da metabolômica intestinal e sua relação com composição corporal em portadores de doença inflamatória intestinal
Doenças inflamatórias intestinais; percentual de gordura corporal;
metabolômica intestinal, ácidos graxos de cadeia curta; silimarina, betaglucana.
Introdução: As doenças inflamatórias intestinais (DII), incluindo a Doença de Crohn
(DC) e a Retocolite Ulcerativa (RCU) consistem em um distúrbio inflamatório crônico e
idiopático do trato gastrintestinal (TGI). Dentre os fatores causais das DII, destaca-se a
influência da microbiota intestinal. Análises de comunidades microbianas intestinais
através de sequenciamento de alto rendimento revelaram diferenças significativas na
composição entre indivíduos saudáveis e aqueles com DC, RCU e sem DII. A
metabolômica é uma das alternativas para identificação e diferenciação das DII, a qual
pode ser definida como a análise abrangente de metabólitos. Os perfis metabólicos
intestinais consistem em moléculas derivadas do metabolismo bacteriano da dieta ou
diretamente da microbiota. Alterações em muitas moléculas pequenas, como ácidos
graxos de cadeia curta (AGCC), catabólitos microbianos do triptofano e ácidos biliares,
foram identificadas em pacientes com DII. Objetivo geral: Avaliar a eficácia do
suplemento alimentar de betaglucana de leveduras, minerais e silimarina sob a produção
de ácidos graxos de cadeia curta, perfil metabolômico e composição corporal em
participantes com Doença Inflamatória Intestinal. Métodos: Trata-se de um ensaio
clínico randomizado, controlado por placebo e duplo-cego, com 68 participantes
diagnósticos com DII, em acompanhamento ambulatorial, de ambos os sexos, adultos e
idosos. A coleta de dados foi realizada por meio de uma entrevista com um questionário
estruturado preenchido pela pesquisadora contendo as variáveis: idade, sexo, raça; tipo
de DII (DC ou RCU); avaliação antropométrica (peso atual aferido, estatura aferida e
Índice de Massa Corporal (IMC)) e composição corporal cujos dados foram obtidos
através da bioimpedância elétrica (BIA), análise da metabolômica intestinal, a partir de
material fecal, através da Ressonância Magnética Nuclear de alta resolução (RNM-H).
Resultados parciais: Foram avaliados 68 participantes, composta em sua maioria por
adultos, com idade entre 18 e 59 anos, e do sexo feminino. A maioria se autodeclarou da
raça parda. Quanto ao diagnóstico clínico, houve predomínio da RCU. Na fase Baseline,
em relação ao IMC dos participantes com DC e RCU, 51,47% estavam eutróficos,
seguidos de sobrepeso e baixo peso (23,52%; 11,76%, respectivamente). Quanto ao
percentual de gordura corporal (%GC), mensurados pela BIA, 48,14% dos homens
apresentavam %GC >25%, representado obesidade. 43,9% das mulheres se
encontravam com %GC >32%, equivalente a obesidade. Após seis meses, houve uma discreta diminuição de participantes eutróficos um aumento modesto de participantes com excesso de peso e obesidade grau I. O número de baixo peso permaneceu inalterado. Em relação %GC, houve uma diminuição dos homens que apresentavam %GC > 25% (37,03%). Nas mulheres, ocorreu um discreto aumento daqueles que se encontravam com %GC > de 32% (46,34%).