A Teoria do Agir Comunicativo na perspectiva de Jurgen Habermas: implicações Filosófico-Educativas para a redução dos litígios sociais
A educação, à luz da Teoria do Agir Comunicativo de Habermas, poderá exercer um papel de extrema relevância na formação do indivíduo comunicativo e socialmente responsável pelos seus atos, promovendo a sua autonomia crítica e sua reflexão como sujeito interativo possuidor da capacidade cognitiva de buscar o entendimento nas relações intersubjetivas do mundo da vida, por meio de um projeto pedagógico que promova não só a legitima emancipação, mas que seja, também, pautado na pacificação social e no entendimento entre os sujeitos, por meio de processos intersubjetivos de comunicação. Na visão habermasiana, deve-se reconhecer a escola, norteada pelo princípio pedagógico e tendo como significado central o processo de reprodução social e cultural, uma esfera pública especializada orientada para o entendimento, promovendo uma cultura baseada no consenso e no acordo entre as partes, onde a educação tem um papel fundamental de elemento integrante na implementação desta cultura de pacificação social. Com o agir pedagógico, espera-se que a escola, como instituição permanente de formação humana e democrática, esteja inserida na comunidade local, sendo ela um instrumento institucional a serviço do diálogo e de uma cultura pacificadora, inclusive proporcionando aos sujeitos educativos a competência linguística necessária para auxiliar na sua autodeterminação e na capacidade de interagir com o outro para dialogar e chegar à resolução dos problemas sociais existentes, evitando o processo de judicialização dos dissensos.
Palavras-chaves: Habermas. Entendimento. Educação. Litígio. Cultura.