ERGONOMIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO: Estudo dos postos de vigilância em uma penitenciária de cogestão.
Ergonomia, Penitenciária.
A situação precária do sistema prisional brasileiro é fato decorrente na mídia do país, destacam-se as condições precárias das estruturas dos presídios, superlotação, motins, rebeliões e dominação por facções criminosas. (ALBUQUERQUE E ARAÚJO, 2018; SIQUEIRA ET AL, 2017) Como Silva et al (2021), do G1 o portal de notícias da Globo, destacam que em 2021 a população carcerária diminuiu pela primeira vez desde 2014, mas ainda assim permanecem com a superlotação de 54,9% acima da capacidade.
Nota-se também o crescente interesse pelo estudo dos ambientes prisionais em diversas áreas do conhecimento na última década, porém ainda pequeno em relação a necessidade. No que tange aos agentes penitenciários, diversos autores voltam seus estudos aos efeitos das condições de trabalho na qualidade de vida e na saúde física e mental desses servidores. Com destaque, em alguns trabalhos há relação direta das doenças mentais com a infraestrutura e a organização do ambiente de trabalho. (ALBUQUERQUE E ARAÚJO, 2018; CORREA,2015; REINERT et. al, 2020; SIQUEIRA ET AL, 2017)
Para Villarouco e Costa (2020) a ergonomia se refere ao conforto, ao bem estar e à adequação total ao ser humano de todos os elementos do ambiente ao qual ele esteja inserido. As referidas autoras descrevem o termo “ambiente” como o local de trabalho, do entendimento das relações humanas, dos instrumentos, da matéria prima, dos métodos e da organização do trabalho. Assim, pôde-se perceber a importância da ergonomia nesse contexto do cotidiano do trabalho dos Agentes Penitenciários.
O interesse no viés aqui destacado, surge da hipótese de que os Agentes Penitenciários tem grande propensão a adoecer física e mentalmente devido ao seu trabalho e que é possível identificar a relação desses acontecimentos com a ergonomia do ambiente construído com foco no âmbito cognitivo. Tendo em vista que a maioria das doenças relatadas em estudos anteriores (ALBUQUERQUE E ARAÚJO, 2018; CORREA,2015; REINERT et. al, 2020; SIQUEIRA ET AL, 2017) são do âmbito mental como estresse, depressão, ansiedade e doenças psicossomáticas.