Impacto da pandemia pela COVID-19 na saúde mental e na qualidade de vida de gestantes de alto risco atendidas no HUPAA/UFAL
Pandemia. Saúde mental. Qualidade de vida.
Introdução: A pandemia causada pelo novo coronavírus (COVID-19) gerou diversas medidas sanitárias e de isolamento social promovidas pelas autoridades em diversos países. As gestantes foram incluídas como grupo populacional mais susceptível a COVID-19 devido a vários aspectos, provocando neste grupo uma maior rigidez no distanciamento social, promovendo ainda mais medo e ansiedade em um período notoriamente mais frágil da vida das mulheres. Sabe-se que a elevada prevalência de depressão perinatal é influenciada por fatores de risco, incluindo o aumento dos sintomas somáticos, a exposição à violência do parceiro íntimo, pouco apoio social e gravidez indesejada, sendo sua prevalência estimada em 19 a 25% nos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. Objetivo: avaliar o impacto da pandemia pela COVID-19 na saúde mental de pacientes puérperas de gestação de alto risco atendidas no serviço de obstetrícia de alto risco do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA/UFAL), mensurando a frequência dos transtornos mentais e de ideação suicida e pontuando os escores de diferentes domínios de qualidade de vida. Metodologia: Foram aplicados dois questionários padronizados e validados, o SF-36 e a MINI versão 7.0.2, além de um formulário desenvolvido exclusivamente para esta pesquisa para averiguação dos aspectos socioeconômicos, em pacientes puérperas voluntárias até 48 horas pós-parto internadas no serviço de obstetrícia do HUPAA/UFAL. Foram convocadas 73 puérperas para pesquisa, 37 assinaram o TCLE, tendo uma desta retirado o termo, ficando uma amostra inicial de 36 pacientes. Após reavaliação de critérios de inclusão, 02 pacientes foram retiradas da amostra, finalizando a amostra em 34 indivíduos. Resultados iniciais: Nas análises iniciais, identificou-se uma prevalência de 23,5% de transtornos mentais nas pacientes entrevistadas, predominando a depressão maior como principal diagnóstico. A ideação suicida foi identificada em 11,8% da amostra. Em relação aos escores de qualidade de vida, houve associação estatisticamente significante entre pacientes portadoras de algum transtorno mental com escores mais baixos nos diversos domínios do SF-36. As análises realizadas até o momento demonstram estarem de acordo com a literatura.