Acúmulo de nutrientes, produção e qualidade do caldo de três variedades de cana-de-açúcar nos ciclos de cana-planta, primeira, segunda e terceira rebrotas
Sistema de produção, nutrição mineral, produção de açúcar, eficiência nutricional.
Avaliaram-se nos ciclos de cana-planta, primeira, segunda e terceira rebrotas o estado nutricional, a produção de colmos industrializáveis, qualidade do caldo e o acúmulo de nitrogênio, fósforo e potássio pela RB961552 e RB98710, comparativamente a RB92579, variedade padrão. O estudo foi conduzido no ambiente edafoclimático de Anadia, Agreste alagoano, em latossolo amarelo distrófico. Plantaram-se as três variedades de cana-de-açúcar usando o delineamento estatístico de blocos ao acaso, com cinco repetições. A adubação química aplicada no fundo do sulco de plantio foi de 500 kg por hectare de 09-14-22. As parcelas foram constituídas de sete sulcos de oito metros de comprimento. A densidade de plantio foi de 18 gemas por metro de sulco, usando-se mudas de cana com oito meses de idade. Após o plantio, aplicou-se herbicida pré-emergente para o controle de plantas daninhas. Na fase de crescimento máximo da cana foram coletadas amostras de folhas para avaliação do estado nutricional. Em dezembro do ano subsequente ao plantio, realizou-se o corte da cana-de-açúcar, avaliando-se a produção de colmos industrializáveis e a qualidade do caldo. Após a colheita da cana-planta, realizou-se a adubação da primeira rebrota, aplicando-se dose equivalente a 500 kg do adubo 20-05-20 por hectare, com distribuição manual do fertilizante. Em dezembro do ano subsequente do corte da cana-planta, realizou-se o corte da primeira rebrota, avaliando-se novamente a produção de colmos industrializáveis e a qualidade do caldo. Após o corte da primeira rebrota adubou-se a segunda rebrota com 500 kg do adubo 20-05-20 por hectare. Após o corte da segunda rebrota adubou-se a terceira rebrota com 500 kg do adubo 20-05-20 por hectare. Tanto na cana da primeira rebrota quanto na de segunda e terceira rebrotas foram adotados os mesmos procedimentos utilizados na cana-planta, para avaliação de colmos industrializáveis e a qualidade do caldo. Os dados obtidos foram submetidos a análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Scott-Knot a 5% de probabilidade. Em todos os ciclos houve diferença entre as variedades quanto aos teores de nutrientes no limbo foliar, mas nenhuma das três variedades destacou-se generalizadamente para todos os nutrientes. Apenas para o cálcio, magnésio, boro, ferro e zinco constataram-se teores foliares adequados para todas as variedades, em todos os quatro ciclos. Ocorreu deficiência nutricional generalizada para os teores de cobre e em nenhum ciclo ou variedade, os teores atingiram 6,0 mg por kg de matéria seca de limbo foliar, teor mínimo de suficiência. Para o manganês as plantas apresentaram teores suficientes apenas na segunda rebrota. Para os ciclos os teores foliares de manganês estiverem bem abaixo do limite mínimo de suficiência: 25 mg por kg de matéria seca de limbo foliar. Constatou-se efeito de variedade e de ciclos sobre a produção de colmos industrializáveis, ocorrendo decréscimo de produtividade ao longo do estudo. A quantidade total de colmos industrializáveis produzidos pelo RB92579, nos quatro ciclos, foi de 374 t por hectare. Comparativamente à RB92579, a produção de colmos da RB961552 e da RB98710 foi de 93,6 e 86,6%, respectivamente. Verificaram-se efeito de variedade para a produção de açúcares recuperáveis, sólidos solúveis, sacarose aparente nos colmos e fibra, entretanto o percentual de pureza do caldo não foi influenciado por variedade. Houve efeito de ciclo para TCH, ATR por t de colmos, ATR por hectare, sacarose aparente nos colmos, pureza do caldo e porcentagem de fibra nos colmos. O total de açúcares recuperáveis produzidos pelo RB92579, nos quatro ciclos, foi de 52,58 t por hectare, mas a produção de açúcares recuperáveis da RB961552 e a RB98710 foi de 87% da RB92579. Nos quatro ciclos, a remoção de nutrientes pela cana foi muito grande, atingindo valores médios de aproximadamente 400 kg de nitrogênio, 65 kg de fósforo e 600 kg de potássio por hectare.