AFROCENTRICIDADE NOS CURRÍCULOS DE UMA ESCOLA QUILOMBOLA DE PENEDO/ALAGOAS: Identidades em questão
Currículos escolares, Ancestralidades, Escola Quilombola
A presente dissertação foi desenvolvida no âmbito do Mestrado em Educação, vinculada a linha de pesquisa Educação Diversidade e Currículo, do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE\CEDU), da Universidade Federal de Alagoas, tendo como título: Currículos Afrocentrados em uma Escola Quilombola de Penedo/Alagoas: reafirmando identidades. Como objetivo geral busca-se: compreender como a escola quilombola situada na comunidade do Tabuleiro dos Negros está potencializando as identidades negras nos currículos escolares. Como objetivos específicos desenhou-se: a) Identificar sentidos atribuídos ao currículo na escola quilombola, como reconhecimento e produção de conhecimentos emancipatórios; b) Analisar os currículos das professoras que atuam na escola quilombola, observando se contribuem para o fortalecimento da identidade étnico racial dos/as estudantes/as; c) refletir qual a concepção de identidade a escola e seus educadores/as possuem. A provocação para o desvendar os currículos nos levou para a seguinte problematização: Até que ponto a escola Nzinga está construindo currículos afrocentrados, com base na história da comunidade em que está inserida? Para tanto, seguimos o caminho metodológico da Pesquisa Qualitativa, com ênfase na abordagem de Estudo de Caso (LAKATOS, 2010; YIN, 2016). Nos pautamos nos seguintes instrumentos de coleta de dados: entrevistas semiestruturadas, sessões conversas e observações das aulas. Para as análises documentais, têm-se como subsídios, fotos e vídeos realizados em pesquisa de campo, documentos legais, Resoluções, Pareceres, diários de classe, PPP, planos de aulas das professoras, trabalhos pedagógicos realizados na escola. A análise dos dados apontou que os currículos escolares vivenciados na escola investigada trazem à tona desobediências epistêmicas e metodológicas, resistindo e assumindo o compromisso com a comunidade em questão. Dentro desse contexto entende-se que há dinâmicas pedagógicas, que extrapolam a prescritividade hegemônica. Já as vozes das educadoras que atuam na escola demonstram que possuem a consciência dos seus papéis, enquanto formadores sociais, seguindo na resistência, desobedecendo as prescrições, principalmente a BNCC, arriscam portanto em perspectivas contra-hegemônicas, perspectivando novas possibilidades e práticas pedagógicas, prevalecendo nas salas de aula as lógicas ancestrais quilombolas, referencializadas a partir nos saberes, realidades e cultura da comunidade quilombola Tabuleiro do Negros.