PÓS-TRATAMENTO DE LIXIVIADO DE ATERRO SANITÁRIO POR PROCESSOS FÍSICO-QUÍMICOS E SEPARAÇÃO POR MEMBRANAS34
Lixiviado, Aterro Sanitário, Tratamento físico-químico
O lixiviado de aterro sanitário é um efluente complexo e variável com alto poder poluidor devido sua alta concentração de amônia e matéria orgânica, além de elevadas concentrações de compostos tóxicos e metais pesados. É gerado a partir da decomposição dos resíduos sólidos urbanos nos aterros sanitários e o seu tratamento comumente envolve uma combinação de processos biológicos e processos físico-químicos para que o efluente final alcance os limites de lançamentos da legislação ambiental e evite assim, danos ambientais. Em geral, quando o lixiviado é jovem, processos biológicos padrão podem ser aplicados devido a elevada biodegradabilidade do efluente (alta razão DBO/DQO). Entretanto, quando o lixiviado do aterro sanitário é maduro ou estabilizado, é difícil de ser tratado biologicamente devido à alta resistência de nitrogênio amoniacal e baixa relação DBO/DQO, tornando-se imprescindível a aplicação de processos físico-químicos, dentre os quais destacam-se a coagulação/floculação, a adsorção e a filtração por membrana. Visto que é difícil definir um lixiviado típico e há a necessidade de avaliar o tipo de tratamento viável e eficiente em cada caso, este estudo visa avaliar a eficiência do processo de pós-tratamento do lixiviado de um aterro sanitário em operação, dotado de células novas e antigas, composto de coagulação/floculação/decantação, filtração por carvão ativado e zeólitas, seguido de nanofiltração e polimento final por osmose reversa, em escala real e ensaios em bancada, para remoção da carga orgânica e nitrogênio remanescentes do lixiviado pré-tratado biologicamente. O enquadramento do efluente tratado aos padrões de lançamento da Legislação Brasileira também será avaliado. Será feita a caracterização do lixiviado bruto e pré-tratado a partir de dados primários e secundários dos parâmetros comumente monitorados. Ensaios em escala de bancada em jar test para seleção e dosagem de coagulantes, e ensaios em filtros de carvão ativado e zeólitas serão realizados para posterior aplicação na ETE em escala real. Além disso, serão feitas medições de vazão de lixiviado e levantados dados das dimensões das unidades que compõem o pós-tratamento. É esperado deste trabalho a identificação das principais características e limitações do pós-tratamento existente e alternativas tecnológicas que possam ampliar sua eficiência, podendo servir de modelo para outros aterros sanitários com características semelhantes.