ESTUDO DO PROCESSO DE AGLOMERAÇÃO DA CIANOBACTÉRIA Spirulina platensis EM LEITO FLUIDIZADO
Aglomeração; Spirulina platensis; Leito fluidizado.
Diante do intenso aumento de pesquisas com perspectiva para o desenvolvimento de fontes alimentares que sejam convencionais e que consigam atender a demanda da população, a cianobactéria Spirulina platensis tem se destacado devido as suas propriedades nutricionais, sendo fonte de proteínas, vitaminas, minerais, pigmentos, entre outros. Entretanto, essa cianobactéria na forma de pó apresenta partículas finas, o que leva a propriedades físicas indesejáveis, tais como baixa dispersão em líquidos e escoamento ruim, além de perdas de finos na manipulação, limitando a sua utilização industrial. O processo de aglomeração em leito fluidizado é utilizado para aumentar o tamanho de partículas finas, melhorando as propriedades físicas. Dessa forma, o objetivo desse trabalho foi estudar o processo de aglomeração da cianobactéria Spirulina platensis em leito fluidizado, a fim de melhorar as propriedades físicas do pó, bem como avaliar a qualidade do pó aglomerado. O estudo do processo foi realizado empregando-se um planejamento fatorial completo 22 com o intuito de identificar as possíveis melhorias em termos de processo, qualidade do produto e influência das variáveis operacionais no desempenho do processo. Os ensaios do planejamento foram realizados variando-se as condições operacionais de temperatura do ar de fluidização (65 °C - 85 °C) e vazão da solução ligante (1,5 mL/min - 3,5 mL/min), que foi uma solução de maltodextrina 30 %. As respostas avaliadas foram o rendimento do processo, a umidade, o tamanho médio das partículas (D50), a fluidez, o tempo de instantaneização e a atividade de água. Os pós também foram caracterizados quanto aos parâmetros de cor e composição centesimal. Os resultados revelaram que as melhores condições do processo foram obtidas utilizando a temperatura do ar de fluidização de 85 °C e vazão de atomização de ligante de 2,5 mL/min e temperatura do ar de fluidização de 75 °C e vazão de atomização de ligante de 2,0 mL/min, sendo possível nessas condições obter rendimentos acima de 50%, bem como um pó aglomerado com alto teor de proteínas com valores acima de 56%, baixo teor de umidade (5,46% para a condição com temperatura de 85°C e 6,51%-7,4% para a condição com temperatura de 75°C) que estão dentro do limite tolerável estabelecido pela ANVISA, boa fluidez, aumento no tamanho médio de partículas em 3,5 vezes e melhoria no tempo de instantaneização.