Gênero, espaço doméstico e pandemia: a produção de sentidos sobre práticas de cuidado
Gênero; práticas de cuidado; pandemia; produção de sentidos
A pandemia colocou em questão o aumento da demanda de cuidado e implica o questionamento acerca da responsabilização e naturalização das práticas de cuidado às mulheres, sobretudo no trabalho doméstico e na criação das crianças. A distribuição e o exercício do trabalho de cuidado são permeados por desigualdades que atravessam não somente o marcador de gênero, mas raça e classe, dessa forma a perspectiva interseccional é imprescindível na compreensão da temática. A invisibilidade sócio-histórica do trabalho doméstico se relaciona com a desvalorização do mesmo e de suas trabalhadoras remuneradas e não remuneradas. Ao assumir o cuidado como dimensão inerente à condição humana, afirmamos o seu valor e colocamos o tema na centralidade dos diversos debates contemporâneos que lhes são pertinentes. Sendo o cuidado tão presente e essencial para manutenção da vida, importa reconhecê-lo como tal e principalmente compreender as formas e afetações emergentes dessa experiência. Considerando a noção de conhecimento situado (HARAWAY, 1995) e produção de sentidos (SPINK, 2004) esta pesquisa pretende compreender os sentidos produzidos sobre as práticas de cuidado de mulheres no ambiente doméstico partindo do contexto da pandêmico.