“EU SOU ALAGOANO, AONDE O GUERREIRO MORA”: UMA ETNOGRAFIA SOBRE O COMPARTILHAMENTO DE FOTOGRAFIAS DE GUERREIRO DO ARQUIVO ETNOGRÁFICO DE THÉO BRANDÃO.
Esta dissertação investiga os desdobramentos do compartilhamento de fotografias de Guerreiro, patrimônio imaterial alagoano, com três brincantes de Guerreiros ativos em Maceió/AL, são eles: Dona Marlene, Dona Dolores e Senhor Lourenço. A ação foi fruto do projeto “Memória e Fotografia no Folclore Alagoano: da Preservação ao Compartilhamento de Imagens”, coordenado pela professora Fernanda Rechenberg. A pesquisa de campo foi realizada entre outubro de 2017 e outubro de 2018, ela abrange: a) investigação no arquivo etnográfico de Théo Brandão, salvaguardado pelo Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore, traçando o “sistema material” no qual as imagens do Guerreiro de João Amado estão envolvidas; b) observação participante nos ensaios e apresentações dos Guerreiros São Pedro Alagoano e Vencedor Alagoano; c) a entrevista com os brincantes e o compartilhamento das fotografias do arquivo etnográfico, utilizadas para “fazer o interlocutor falar”. Por um longo período, os museus foram o espaço onde pesquisadores expuseram os objetos de grupos socialmente minoritários, com a crítica pós-colonial, essas representações passaram a ser questionadas. Como reposta a essas análises e críticas, surgiram nos museus ações que visam a ressignificação das coleções através participação de grupos historicamente silenciados. Nesse sentido, as memórias de Dona Marlene, Dona Dolores e Senhor Lourenço ressignificaram as fotografias do arquivo etnográfico de Théo Brandão.
Antropologia; Museu Théo Brandão; Fotografia, Compartilhamento; Guerreiro.