Prevalência de Dirofilaria immitis em cães provenientes do litoral de Alagoas
Objetivou-se no presente trabalho calcular a prevalência da dirofilariose canina no litoral de Alagoas. Para tanto, foram colhidas amostras de sangue de 426 cães domiciliados e semidomiciliados, com mais de seis meses de idade, sem distinção de sexo (197 fêmeas e 229 machos), raça, porte ou pelagem, utilizando seringas de 5mL com agulhas 22G, através da punção da veia cefálica, e provenientes de 15 municípios do litoral de Alagoas (Maceió, Paripueira, Barra de Santo Antônio, Passo de Camaragibe, São Miguel dos Milagres, Porto de Pedras, Japaratinga, Maragogi, Marechal Deodoro, Barra de São Miguel, Roteiro, Jequiá da Praia, Coruripe, Feliz Deserto e Piaçabuçu,). Após a realização do exame parasitológico, realizado por meio da técnica modificada de knott, observou-se que em 93,33% (14/15) dos municípios estudados possuíam cães microfilarêmicos. Das 426 amostras examinadas, foi detectada a presença de microfilária em 23,47% (100/426), tendo a frequência assim
distribuída: Feliz Deserto 0% (0/17); Passo de Camaragibe, 10% (2/20); Japaratinga, 11,11% (2/18); Maragogi, 11,76% (2/17); São Miguel dos Milagres, 15% (3/20); Coruripe, 16,07% (9/56); Barra de São Miguel 16,21% (6/37); Marechal Deodoro 20,58% (7/34) Roteiro, 21,21% (7/33); Paripueira, 22,22% (6/27); Barra de Santo Antônio, 22,58% (7/31); Maceió, 28,12% (9/32); Porto de Pedras, 42,85% (9/21); Piaçabuçu 43,33% (13/30) e Jequiá da Praia, 54,54% (18/33) e destas foram selecionadas amostras apenas com menos de 100 microfilárias por lâmina, correspondendo a 65% (65/100) e estas submetidas ao exame de imunoadsorção enzimática (ELISA) para a pesquisa de antígenos específicos de Dirofilaria immitis. Do total de amostras analisadas pelo exame sorológico, 26,15% (17/65) reagiram positivamente. Foi observada diferença significativa em relação ao sexo, com 30,6% (70/229) nos machos e 15,2% (30/197) nas fêmeas (p < 0,001), e manejo, tendo em vista que 31% (71/229) dormem no quintal; 23,1% (3/13) são semi-domiciliados e apenas 10,3% (8/78) dormem no interior da residência (p < 0,001). Conclui-se que se faz necessário a utilização de mais de um exame para o diagnóstico da dirofilariose canina, pois vários fatores podem interferir nos resultados, tais como a quantidade e o sexo dos parasitos adultos, a fase da infecção e a utilização indiscriminada de medicações anti-helmínticas nos cães.
Dirofilariose, técnica modificada de Knott, sorologia.