BIORREMEDIAÇÃO DO SORO DO LEITE UTILIZANDO CONSÓRCIO MICROALGA-FUNGO
Consórcio, soro do leite, tratamento biológico, micoremediação, ficoremediação.
A indústria de laticínios é um dos principais segmentos do setor alimentício em razão do seu crescimento expressivo e contínuo. Entretanto, o seu processo produtivo gera um subproduto conhecido como soro do leite que possui um alto potencial poluidor e por isso seu descarte é considerado um grande problema para esse setor. Associado a isso, os tratamentos físico-químicos comumente aplicados para esse tipo de efluente são altamente dispendiosos o que torna a sua utilização inviável, em especial para pequenas e médias indústrias. A biorremediação vem como uma possibilidade para superar esse obstáculo e promover, de forma eficiente e com um menor custo associado, a remoção total ou parcial dos poluentes encontrados no soro do leite. Nesse sentindo, esse trabalho tem por intuito avaliar a utilização de fungos finamentosos (Penicillium oxalicum e Cunninghamella echinulata) e microalga (Tetradesmus obliquus) no tratamento desse efluente, bem como comprovar as vantagens da utilização do consórcio microalga-fungo. Para isso, o processo de remediação foi estudado utilizando 4 concentrações do soro do leite (0,5, 1, 2 e 4%) e 3 sistemas de inóculo (fungo, microalga, e o consórcio) sob condições de agitação e iluminação constantes. O soro do leite foi caracterizado inicialmente com altos teores de demanda química de oxigênio (DQO) (52.886 mg O2. L-1), nitrogênio total (NT) (1.563 mg. L-1) e fósfato total (FT) (663,5 mg. L-1). Os resultados preliminares para o processo de tratamento apontaram uma superioridade do consórcio em relação aos sistemas com as espécies separadas, principalmente quando o efluente foi usado em uma maior concentração. A remediação promovida pela simbiose atingiu percentuais de remoção de até 86% para DQO, 96% para FT e 77% para NT. Além disso, foi notado que a geração de biomassa também atendeu essa tendência alcançando valores em torno de 550 mg. L-1 quando utilizado o fungo CN no consórcio com a microalga e o meio com 4% do soro do leite. Desta maneira, o consórcio microalga-fungo se apresenta como potencial alternativa para promover a remediação do soro do leite e ainda, elevar a produção de biomassa.