A SUBORDINAÇÃO DA AGRICULTURA AO CAPITAL: transformações da produção agrícola na sociabilidade capitalista
O presente estudo tem como objetivo investigar as transformações da produção agrícola na sociabildiade capitalista, observando o processo de subordinação da agricultura ao capital. A expropriação do campesinato da sua base fundiária e a transição da propriedade feudal e clânica à propriedade privada, tornou a agricultura cada vez mais indispensável para acumulação do capital. A agricultura não é desde sua origem voltada para a produção de mercadorias, mas isso ocorre a partir da separação dos produtores diretos dos seus meios de produção, impelidos ao trabalho assalariado rural e destituidos de quaisquer condições de subsistência e produção. A gênese dessas transformações ocorrem a partir da acumulação primitiva de capital e são intensificadas com a mecanização agrícola oriunda da Revolução Industrial. Desse modo, adotando como procedimento metodológico a perspectiva histórico-crítica foi realizado um levantamento bibliográfico-documental das obras marxianas e marxistas que apontam as transformações na produção agrícola. Entre os autores utilizados como referência, cabe destacar: K. Marx, F. Engels, V. Lenin, R. Luxemburgo, Kautsky, entre outros. Para tanto, investigamos no primeiro momento a diferença do trabalho e agricultura na criação de valor do uso versus valor de troca, objetivando elucidar a função primária do trabalho e da agricultura. Na seção seguinte, investigamos as condições históricas de subordinação da agricultura ao capital, desde a gênese da acumulação primitiva até a Revolução Industrial, destacando a transformação da economia natural diante das expropriações dos camponeses, da destruição do ofício doméstico doméstico rural, do arrendamento de terras e da mecanização no campo. Por fim, investigamos a agricultura na fase imperialista, tendo em vista a necessidade de acumulação do capital, evidenciando como esse processo intensifica as relações de expropriações no campo a apartir da difusão de pactoes tecnológicos da “Revolução Verde”, mercado de commodities, produção de biocombustíveis, etc. A partir dessa investigação, constatamos que a subordinação da agricultura ao capital é um processo permanente de transformação das economias naturais em capitalistas, sendo realizada por meio de novas-velhas formas de expropriações dos camponeses a fim de atender o desejo incontrolável do capital por mais-valia.
Agricultura. Acumulação de capital. Imperialismo. “Revolução Verde”. Expropriações