A IMPORTÂNCIA DAS ECONOMIAS DE AGLOMERAÇÃO NA DETERMINAÇÃO DOS SALÁRIOS INDIVIDUAIS NO BRASIL
A existência de grandes disparidades regionais de rendimentos entre diferentes territórios e, mesmo, dentro de um mesmo território é uma regularidade empírica, em especial, nos locais mais aglomerados. No Brasil, isso não é diferente e pode ser verificado, por exemplo, através das grandes diferenças de salários presentes em seu território. A partir do modelo teórico proposto por Combes, Duranton e Gobillon (2008) para capturar os efeitos das economias de aglomeração sobre os salários individuais e, por meio da decomposição salarial desenvolvida por Abowd, Kramarz e Margolis (1999), o presente trabalho pretende como objetivo central mensurar os efeitos das economias de aglomeração sobre os diferenciais salariais nas regiões brasileiras no período de 2010 a 2019, considerando os efeitos do sorting espacial de trabalhadores e de firmas e do matching assortivo sobre os salários. Especificamente, pretende-se: a) identificar a contribuição do sorting espacial de trabalhadores e de firmas para existência das diferenças salariais; b) Averiguar a existência de correlação entre as economias de aglomeração (medidas pela densidade do emprego) e a presença de trabalhadores mais habilidosos, de firmas mais produtivas e do matching assortivo nas regiões brasileiras; e c) Identificar a contribuição do matching assortivo contribuição para os diferenciais salariais. Os principais dados utilizados neste estudo são provenientes dos microdados identificados da Relação Anual de Informações Sociais identificados (RAIS-Migra) do Ministério da Economia (ME).
Sorting espacial, Matching assortivo, Economias de aglomeração