Vitrificação de espermatozoides ejaculados de carneiros
Congelamento ultrarrápido; Criopreservação espermática; Glicerol; Galactose.
A criopreservação de sêmen é uma biotécnica de considerável impacto econômico, por ser uma das técnicas base para a implantação de outras biotecnologias de conservação e multiplicação de recursos genéticos, como a inseminação artificial e produção in vitro de embriões. Embora a congelação clássica seja a técnica mais utilizada para criopreservar sêmen de ovinos, ela ainda apresenta algumas limitações nesta espécie. Com isso, surgem novos métodos de criopreservação, sendo a vitrificação espermática um dos mais promissores. A vitrificação de sêmen apresenta diversas vantagens, por ser um método rápido e de baixo custo, mas principalmente a não formação de cristais de gelo. No entanto, existem poucos estudos sobre sua eficiência com sêmen ejaculado de carneiros e o uso da galactose como crioprotetor extracelular, bem como os efeitos que esses crioprotetores e as técnicas de criopreservação exercem aos espermatozoides. O presente estudo foi desenvolvido para avaliar o efeito da galactose (0,01 M), associada ou não ao glicerol (3 e 7%) em meio comercial na vitrificação de espermatozoides de carneiros pelo método de palhetas. Ejaculados de seis carneiros da raça Dorper foram coletados com vagina artificial, diluídos individualmente nos meios testados e as amostras foram envasadas em palhetas de 0,25 ml. Para avaliar efeito das diferentes técnicas sobre a qualidade espermática após a criopreservação, as amostras foram criopreservadas utilizando tanto o método clássico quanto vitrificação, tendo sido analisados posteriormente a cinemática, morfologia, morfometria, viabilidade, integridade física e funcional da membrana espermática. A vitrificação espermática apresentou resultados inferiores (p<0,05) à congelação clássica, pois não apresentou motilidade em nenhum dos extensores, bem como baixos valores de viabilidade, integridade física e funcional da membrana. A vitrificação resultou em maior porcentagem de cauda fortemente enrolada e menor percentual de células reativas ao teste hiposmótico em todos os extensores quando comparado com a congelação clássica (p<0,05). Além disso, a utilização de extensores adicionados de galactose sem ou com ou glicerol a 3% e 7% aumentou significativamente o percentual de defeitos maiores. Conclui-se que a galactose e o glicerol nas concentrações utilizadas foram ineficazes para vitrificação de espermatozoides de ovinos pelo método de palhetas.