A REFORMA DO ENSINO MÉDIO NA PERSPECTIVA DA ACUMULAÇÃO FLEXIVEL DO CAPITAL
O presente trabalho teve como objetivo analisar os pressupostos políticos e econômicos da reforma do ensino médio de 2017, nos aspectos relacionados à formação do trabalhador e relacioná-los com os princípios e fundamentos do modelo de acumulação flexível do capital, também relacionados a formação do trabalhador. Tivemos como questões norteadoras e que deram base para a elaboração dos capítulos: (1) qual a relação estabelecida entre trabalho e educação na sociedade capitalista? (2) Quais foram os processos de reformas educacionais referentes à formação do trabalhador nos anos de 1990, e o papel do Estado nesse cenário de reformas? (3) Qual conjuntura política, social e econômica na qual ocorreu a reforma do ensino médio no ano de 2017? (4) Quais são as relações estabelecidas entre a reforma do ensino médio de 2017 e o modelo de acumulação flexível do capital tendo em vista a formação do trabalhador? Para responder tais questionamentos foi utilizado como método o materialismo histórico dialético elaborado por Karl Marx. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica e documental, na qual foram analisadas obras e documentos que se constituíram em acervo para a coleta de dados. As técnicas para o tratamento dos dados foram as previstas na análise conteúdo na perspectiva de Bardin (2012) sob a regência das principais categorias do materialismo histórico dialético: mediação, contradição, negação e totalidade. O materialismo histórico dialético permitiu à pesquisa uma análise da estrutura e dinâmica dos complexos trabalho e educação, reforma educacional, Estado, bem como as relações estabelecidas entre si, as determinações que um exerce sobre o outro, suas contradições e as possíveis mudanças nas relações existentes entre esses complexos. A hipótese inicial da pesquisa foi a de que a reforma do ensino médio é mais um dos mecanismo de adaptação psicofísica do trabalhador ao modelo de acumulação flexível do capital. Para confirmar tal hipótese utilizou-se como fonte bibliográfica e documental o marco legal da reforma de 2017, obras clássicas e contemporâneas de autores que trabalham com a temática do objeto em análise, tais como: Marx (2004; 2007; 1998), Engels (2007), Gramsci (2008), Saviani (2008), Frigotto (2006), Kuenzer (1997).
Política educacional, Trabalho Educação, Reforma, Estado.