Mantas de poli(ε-caprolactona) contendo cera e extrato da própolis vermelha de Alagoas para aplicações na área da saúde
Própolis Vermelha; Policaprolactona; Eletrofiação; Curativo; Fibra
Desde os tempos antigos, a utilização de biomateriais vem evoluindo junto com a civilização, através de diversas melhorias tecnológicas ao longo dos anos. O destaque está sendo dado à combinação de duas ou mais substâncias para formar um novo material, devido a suas propriedades sinérgicas, resultando na melhora de suas propriedades. O extrato de própolis vermelha pode aumentar a bioatividade quando incorporado a um material. Já a cera de própolis vermelha, em especial, é descartada e não tem valor comercial. Portanto, este estudo objetiva produzir mantas a partir de policaprolactona (PCL) incorporada com cera ou extrato hidroalcólico de própolis vermelha de Alagoas, utilizando a técnica de eletrofiação para garantir a formação de estruturas fibrosas. As concentrações de cera e extrato de própolis vermelha variaram de 1% a 15%. As mantas foram avaliadas por suas propriedades físicas, químicas, estruturais, vibracionais, térmicas, mecânicas e biológicas. O resultado da cromatografia líquida de alta eficiência mostrou que o extrato contém mais flavonóides do que a cera. A morfologia das mantas, revelada pela microscopia eletrônica de varredura, apresentou diâmetro médio abaixo de 1,2 μm e uma porosidade média de aproximadamente 52%. O espectro vibracional indica que as interações são estritamente físicas, sem formação de novas ligações químicas. Foi verificado um decréscimo na cristalinidade à medida que a cera/extrato de própolis é adicionada à matriz polimérica, confirmado pela difração de raios X. A molhabilidade indica que as amostras com extrato de própolis apresentam maior intumescimento, com ângulo de contato menor que 90º, sendo molháveis quando a concentração é igual ou superior a 5%. A manta com 10% de própolis apresentou os melhores valores de tensão máxima, elongação na ruptura e módulo elástico. Além disso, essas mantas não apresentaram qualquer efeito tóxico às células. Esses resultados sugerem que foi possível formar um biomaterial fibroso com potencial para ser utilizado na engenharia de tecidos, como curativos bioativos.