Banca de DEFESA: JOSELITA DOS SANTOS SILVA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : JOSELITA DOS SANTOS SILVA
DATA : 01/07/2022
HORA: 15:30
LOCAL: https://meet.google.com/dzk-osje-rqx
TÍTULO:

Consumo de frutas, legumes, verduras e de alimentos ultraprocessados por mulheres quilombolas do estado de Alagoas: estudo de base populacional

PALAVRAS-CHAVES:

Consumo alimentar. Frutas. Verduras. Alimentos industrializados. Origem étnica e Saúde. Vulnerabilidade em Saúde

PÁGINAS: 70
RESUMO:

O estado nutricional da população brasileira vem passando por transição desde a década de 1980, época em que predominavam as doenças infecto-parasitária e carenciais, como a desnutrição, evoluindo para um quadro onde predominam as doenças crônico-degenerativas e a obesidade. No Brasil, a obesidade tem se caracterizado como importante problema de saúde pública, sobretudo entre as mulheres dos estratos sociais de mais baixa renda. Entre vários fatores, alterações dos hábitos alimentares e estilo de vida explicam parte importante dessa alteração de perfil nutricional da população brasileira. Esta realidade não é diferente na população quilombola, a qual vem paulatinamente modificando seu estilo de vida para incorporar os hábitos de outros segmentos da sociedade, a exemplo do padrão alimentar. Considerando os prejuízos à saúde decorrentes da ingestão frequente de alimentos ultraprocessados (AUP) e o do baixo consumo de alimentos in natura ou minimamente processados, bem como a escassez de estudos sobre os hábitos alimentares das mulheres quilombolas, justifica-se a realização deste estudo para que possa subsidiar o poder público e profissionais de saúde no planejamento de ações de promoção da saúde. Esta Dissertação apresenta um capítulo de revisão da literatura, no qual são abordados diversos aspectos relacionados à caracterização da população quilombola e a relação entre consumo alimentar e saúde e, em seguida, um estudo original realizado com o objetivo de investigar o consumo de frutas, legumes, verduras (FLV) e AUP por mulheres quilombolas do estado de Alagoas, um inquérito cuja coleta de dados foi realizada através de visitas domiciliares, sendo elegíveis para o estudo todas as mulheres de 19 a 59 anos residentes em todos os domicílios das 34 comunidades quilombolas sorteadas dentre um total de 68 comunidades existentes no estado. A identificação dos alimentos consumidos foi realizada por meio de inquérito recordatório de 24 horas e os cálculos da ingestão energética e de nutrientes foram feitos com auxilio do software Dietpro Clínico 6.1®. O consumo de FLV E AUP foi considerado a variável de exposição. O consumo de FLV foi considerado inadequado quando abaixo de 400g/dia. O consumo de AUP foi categorizado de acordo com os quartos de contribuição calórica em: quartil 1 (Q1), quartil 2 (Q2), quartil 3 (Q3) e quartil 4 (Q4). As variáveis dependentes foram o excesso de peso, obesidade abdominal, hipertensão arterial, diabetes mellitus, LDL elevada, HDL baixo e triglicérides elevado. Realizaram-se análises descritivas das variáveis e a associação entre estas foi verificada por meio do teste χ2 de Pearson. As análises foram procedidas com auxílio do programa Stata® 12.0 e, em todas as situações, a significância estatística foi assumida quando p<0,05. Foram investigadas 1504 mulheres com idade média de 37,2 anos (±10,9 anos). A ingestão calórica média das mulheres quilombolas foi de 1478,7 calorias (±637,1 kcal), a contribuição percentual média das frutas, verduras e legumes nas calorias totais ingeridas foi de 3,5% enquanto que a dos alimentos ultraprocessados foi de 16,7%. A maioria das mulheres (93,6%) apresentaram consumo inadequado de frutas, verduras e legumes e; 76,1% consumiram AUP. Com base nos resultados obtidos houve associação entre o consumo de frutas, verduras e legumes e a hipertensão arterial, enquanto o consumo de alimentos ultraprocessados esteve associado ao excesso de peso e diabetes mellitus. Estas patologias geralmente estão associadas ao consumo inadequado de frutas, verduras e legumes e um maior consumo de alimentos ultraprocessados, dentre outros fatores. Dado o contexto do consumo de FLV e de AUP por mulheres quilombolas no estado de Alagoas, faz-se necessário a promoção de políticas públicas efetivas sobre educação nutricional a fim de resgatar a alimentação saudável a esta comunidade que vive em vulnerabilidade social.

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 3357786 - MONICA LOPES DE ASSUNCAO
Externa à Instituição - REGINA COELI DA SILVA VIEIRA - UFAM
Externa ao Programa - 1493347 - THATIANA REGINA FAVARO