ASSOCIAÇÃO ENTRE A INTRODUÇÃO DE ALIMENTOS NÃO RECOMENDADOS NO PRIMEIRO ANO DE VIDA E O EXCESSO DE PESO EM CRIANÇAS EM VULNERABILIDADE SOCIAL
Introdução alimentar; Obesidade; Alimentos ultraprocessados.
O excesso de peso na infância encontra-se relacionado a diversos fatores, estando relacionado principalmente a um ambiente que promove ingestão excessiva e precoce de alimentos ultraprocessados. O objetivo deste trabalho foi identificar se existe associação entre os alimentos considerados como não recomendados para serem introduzidos no primeiro ano de vida e o excesso de peso, em crianças que vivem em situação de vulnerabilidade social. Trata-se de um estudo transversal que avaliou o estado nutricional atual e a introdução de 14 diferentes alimentos no primeiro ano de vida de crianças com idade entre 12 e 59 meses. Foram estudadas 561 crianças, residentes em aglomerados subnormais de Maceió-Alagoas. Foi possível identificar que 89,8% das crianças haviam consumido pelo menos um dos alimentos avaliados ainda no primeiro ano de vida, sendo que os mais frequentes foram queijo petit suisse (72,4%), biscoito doce/salgado (64,7%) e açúcar (64,0%). O excesso de peso foi encontrado em 19,1% das crianças, sendo que 8,0% já apresentavam quadro de obesidade. Na análise multivariável, ajustada para idade da criança, aleitamento materno, raça da mãe, ser beneficiário do programa bolsa família e renda per capita, foi identificada associação entre a introdução precoce de refrigerante (RP = 1.34, IC95%: 1,02; 1,76), salgadinho de pacote (RP = 1.25, IC95%: 1,01; 1,56) e refresco em pó (RP = 0,54, IC95%: 0,38; 0,77) com o excesso de peso das crianças. A partir dos resultados encontrados, destaca-se a necessidade de intensificar as políticas públicas de saúde no combate à obesidade infantil, focando na promoção da alimentação adequada e saudável, principalmente durante a fase de introdução alimentar, tendo como foco a população que vivem em situação de vulnerabilidade social.