IMPACTO AMBIENTAL DA COVID-19 NAS DOENÇAS NEGLIGENCIADAS (DENGUE, TUBERCULOSE, LEISHMANIOSE E HANSENÍASE) EXISTENTES NO ESTADO DE ALAGOAS
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O estudo avaliou o impacto ambiental da COVID-19 nas doenças negligenciadas existentes no Estado de Alagoas. Os dados das doenças negligenciadas (dengue, tuberculose, leishmaniose e hanseníase) e de COVID-19 foram obtidos do sistema DATASUS entre 03/2020 a 01/2023. Ambos os conjuntos de dados de saúde juntamente com dados censitários (IBGE - 2010) e climáticos (TerraClimate) foram submetidos às técnicas estatísticas descritiva e multivariada (análise de agrupamento - AA). No estudo os mapas foram confeccionados no Quantum GIS (QGIS) versão 3.16. Os resultados da técnica de AA aplicada aos municípios das mesorregiões do Estado mostrou que o Leste formou dois grupos homogêneos (G1 e G2). As mesorregiões Agreste e Sertão formaram três grupos homogêneos (G1, G2 e G3) de casos de COVID-19. A doença mais impactada no cenário antes e durante a COVID-19 em Alagoas foi a dengue. No Leste, a dengue impactou Maceió, Penedo e Maragogi. No Agreste, apenas Arapiraca. A tuberculose, no leste impactou Maceió, seguido de Arapiraca no Agreste e no Sertão, apenas Santana do Ipanema e Delmiro Gouveia. A Leishmaniose apenas impactou Maceió. A Hanseníase impactou Maceió e União dos Palmares (Leste), seguido de Arapiraca no Agreste e no Sertão, Delmiro Gouveia e Santana do Ipanema. A correlação de Pearson (r) mostrou que entre o Total de COVID-19 e as variáveis sociodemográficas foram positivas e com alta correlação (r > 0.90), a exceção foi índice de Gini (r = 0.61). As correlações entre o Total de COVID-19 por mesorregião e as variáveis sociodemográficas foram positivas, exceto o índice de Gini (r = 0.47). A correlação entre os casos de COVID-19 na 1ª onda e a precipitação (r = -0.7) umidade (r = - 0.63) e temperatura (r = -0.57) foram negativas, exceto a pressão atmosférica (r = 0.64). A correlação entre os casos de COVID-19 na 2ª onda, novamente pressão atmosférica foi positiva (r = 0.84). Os resultados obtidos do MRLM mostraram que Maceió, obteve correlação significativa entre os casos e a velocidade do vento (1 a onda) e a pressão de vapor d’água (2ª onda), seguido de Mata Grande entre a precipitação e os casos, apenas na 1ª onda e Palestina, com correlação significativa entre a precipitação, pressão de vapor e casos na 2ª onda. As exceções foram Penedo, Arapiraca e Palmeira dos Índios, sem correlação. Em suma, a COVID-19 impactou em Alagoas e ações são necessárias pós-pandemia para resguardar a população, principalmente a mais vulnerável socialmente.