POTENCIAL PREDITIVO DA PRODUTIVIDADE DO MILHO NAS MESOREGIÕES DO NORDESTE BRASILEIRO
Produção agrícola, análise de correlação canônica, modos de variabilidade climática.
A irregularidade das chuvas e eventos climáticos como secas possuem impacto direto na
produção agrícola do Nordeste Brasileiro (NEB). Para melhor compreensão da relação
precipitação x produção, as chuvas foram acumuladas em três diferentes semestres, ou
estações de cultivo, relativos aos períodos mais chuvosos nas diferentes mesorregiões
do NEB: Janeiro a Junho (mesorregiões do norte do NEB), Abril a Setembro
(mesorregiões do leste do NEB) e Outubro a Março (mesorregiões do oeste do NEB).
Essa pesquisa foi conduzida para o período de 30 anos 1981-2010, e a cultura analisada
foi o milho. A correlação direta entre acumulados semestrais e produção mostrou
valores fracos a moderados (de 0,3 a 0,7). Um modelo baseado na técnica de análise de
correlações canônicas foi construído usando como preditor os acumulados semestrais
médios de cada mesorregião e preditando as produções anuais de cada mesorregião. O
modelo apresentou destreza elevada quando comparou-se as produções simuladas as
observadas, e as correlações passaram a moderadas a fortes (0,4 a 0,9). Ainda, a relação
entre dois modos de variabilidade, fases do ENOS e fases do dipolo do Atlântico com a
produção foi realizada para o mesmo período, demonstrando que as maiores produções
são observadas em anos que combinaram dipolo negativo com as fases ENOS, e com
menores produções em anos que combinaram dipolo positivo com fases ENOS,
notadamente a combinação dipolo positivo e ENOS positivo. Em anos com a condição
combinada de neutralidade dos dois modos, a produção de milho entre 1981 e 2010 foi,
também, muito abaixo da média na maior parte das mesorregiões nordestinas.