Síntese, caracterização e aplicação do nanohíbrido CDots/EuBDC como sensor raciométrico de temperatura e Cr(VI)
: Sensores fluorescentes (SF) vem se destacando por apresentar características promissoras na detecção de várias analitos. No entanto, os SF tradicionais com um único canal de emissão podem apresentar algumas desvantagens, a exemplo da influência do microambiente e concentração. Nesse âmbito, o desenvolvimento de materiais luminescentes híbridos de dupla emissão surge como uma excelente estratégia para a concepção de novos e avançados dispositivos luminescentes raciométricos aplicados em diversas áreas, incluindo a de sensores químicos e de temperatura. Nessa perspectiva, pela primeira vez, foi preparado através de uma síntese assistida por ultrassom e mediada pelo agente passivante polivinilpirrolidona (PVP), um nanohíbrido de dupla emissão baseado em Carbon Dots (CDots) derivado da quitosana e Európio-Organic Frameworks (CDots/EuBDC) para ser aplicado como sensor raciométrico de temperatura e Cr(VI). Os Cdots sintetizados apresentaram tamanho médio de 7,2 ± 2,2 nm e emissão na região azul com máximo centrado em 440 nm (λexc= 350 nm). A incorporação dessas nanopartículas in situ para obtenção do CDots/EuBDC não alterou a estrutura cristalina do EuBDC como indicado nos padrões de DRX. Além disso, o CDots/EuBDC e EuBDC exibiram grau de cristalinidade similares (~ 50%). A incorporação do CDots na formação do CDots/EuBDC foi comprovada pelas imagens de MET e porosimetria, esta última técnica indicou uma diminuição percentual expressiva no volume e diâmetro de poro de 42,1% e 24,3%, respectivamente. A análise termogravimétrica dos materiais evidenciou um aumento da estabilidade térmica para o CDots/EuBDC. As propriedades fotofísicas do nanohíbrido revelaram a presença de uma dupla emissão, com uma banda larga centrada em 420 nm associada ao CDots e linhas de emissão referentes as transições 5D0→7FJ (J = 1, 2, 3 e 4) do íon Eu(III). O sistema CDots/EuBDC foi explorado como sensor luminescente raciométrico de Cr(VI) e temperatura. Os resultados de termometria revelaram que a emissão do CDots (ICDots) diminuía com o incremento da temperatura, enquanto que a do európio (IEu;5D0→7F2) permanecia constante (sinal de referência). A relação da razão das intensidades (ICDots/IEu) com a temperatura revelou que o CDots/EuBDC apresentou duas faixas lineares nos intervalos de 303- 328 K e 333-393 K, com sensibilidade térmica relativa máxima de 1,48% K-1 em 303 K e 1,75% K-1 em 333 K, respectivamente. Ademais, os ensaios preliminares para o uso do CDots/EuBDC para detecção de Cr(VI) em tampão Britton-Robinson a 1 mM pH 9, apresentou um faixa linear de 0,03 a 0,15 mgL-1. Por fim, o CDots/EuBDC mostrou-se promissor tanto para aplicação em termometria ótica quanto na detecção de Cr(VI).
Nanohíbrido, luminescência; termometria ótica; emissão dual; cromo