SUCESSÃO EM COMUNIDADES VEGETAIS DE SOLOS ARENOSOS: UM MODELO DE NUCLEAÇÃO REVISITADO
Nucleação, facilitação, linha de montagem, restinga
Neste trabalho nós discutimos o padrão espacial centrifugo no estabelecimento da vegetação em solos arenosos costeiros, segundo um modelo em que uma planta atua como catalizador do processo de sucessão e desencadeia o processo de formação de moitas. Nós estudamos o crescimento da vegetação em uma unidade de conservação no Estado de Alagoas (APA da Marituba), analisando 100 moitas e seu crescimento em dois momentos diferentes, com intervalo de 10 anos. A intensidade do padrão espacial foi quantificada utilizando métricas de paisagem. Nossos dados apontam que uma planta chave (Myrciaria floribunda) inicia um processo, criando núcleos de regeneração. O processo inicial de colonização aparenta seguir uma linha de montagem, com um padrão de sucessão determinístico até que as moitas atingem o tamanho de 10m. Na sequência sucessional, ocorre o crescimento dos núcleos e a coalescência dos núcleos vizinhos. O crescimento dos núcleos se deu tanto pela chegada de propágulos de novas espécies, quanto pela adição de novos indivíduos de espécies da assembleia inicial. Observou-se que as moitas de menores áreas tenderam a apresentar formatos arredondados e à medida que as moitas aumentam de área seu formato vai ficando linear e os valores dos índices tendem a aumentar. A riqueza taxonômica das moitas, em nível de espécies, aumenta ao longo do gradiente de tamanho das moitas A riqueza também foi correlacionada com a forma da moita, moitas maiores e irregulares foram mais ricas em espécies. Eu relação a partição da diversidade beta, observa-se maior contribuição de turnover, entretanto para moitas menores de 10m houve maior efeito de aninhamento.