EVIDÊNCIAS DE TRANSMISSÃO OCULTA DA HANSENÍASE EM ÁREA DE ALTA VULNERABILIDADE SOCIAL DO NORDESTE BRASILEIRO
A Hanseníase é uma doença infectocontagiosa, causada pelo mycobacterium leprae, que tem preferência por pele e nervos periféricos, resultando em lesões dermatoneurológicas e incapacidades físicas e funcionais. Sua transmissão se dá através das vias aéreas superiores de pacientes não tratados e sua maior incidência ocorre em classes socioeconômicas baixas, devido a alguns fatores, como multiexposição, maior aglomeração, baixo nível educacional, nutrição e moradia. Apesar dos avanços no combate à Hanseníase, o Brasil figura como o único país que ainda não alcançou a meta de eliminação da doença enquanto problema de saúde pública. Sergipe, em, 2018 apresentou um coeficiente de detecção geral de 14,4/100 mil habitantes (n=323 casos) prevalência de 1,8/100 mil (n= 414) e uma taxa de detecção em menores de 15 anos de 5,0/100 mil (n=29) indicando a sua presença e a força de transmissão recente da endemia no estado. Em Estância, no ano de 2018 o coeficiente de detecção geral foi de 4,4/100 mil (n= 3 casos), a prevalência geral foi de 0,7/10 mil (n=5 casos) e o coeficiente de detecção geral em menores de 15 anos de 5,6/100 mil (n= 1 caso). O Bairro Cidade Nova, cenário deste estudo, possui características sociais que expressam vulnerabilidade social, todavia com poucos casos notificados. O presente estudo tem como objetivo geral investigar a existência de transmissão oculta da hanseníase no bairro Cidade Nova, Estância, Sergipe. Trata-se de um estudo de prevalência, abrangendo busca ativa de casos novos de hanseníase, exames de contatos dos casos novos identificados a partir dessa busca ativa, além de exames de contatos dos casos de hanseníase registrados no bairro nos últimos cinco anos.
Hanseníase; Prevalência; Epidemiologia; Endemia