Associação entre risco de suicídio e níveis plasmáticos de Interleucina-6 em portadoras de Lupus Eritematoso Sistêmico
Suicídio; Lupus Eritematoso Sistêmico; Interleucina-6; Depressão
Introdução: Os comportamentos suicidas constituem uma carga global de saúde e levam a morte anual de 1 milhão de pessoas no mundo. Populações com Depressão e risco de suicídio apresentam níveis elevados de IL-6. Portadores de Lupus Eritematoso Sistêmico (LES) apresentam prevalência de manifestações psiquiátricas entre 10 a 80%. Objetivo: Investigar o risco de suicídio em pacientes com LES e a associação com níveis plasmáticos do biomarcador- Interleucina-6. Material e Métodos: Estudo transversal, amostra de conveniência de mulheres diagnosticadas com LES e atendidas no Hospital Universitário Professor Alberto Antunes da Universidade Federal de Alagoas. Os dados foram coletados através dos instrumentos de avaliação: Mini International Neuropsychiatric Interview v.5.0.0, Inventário de Depressão de Beck, Escala de Desesperança de Beck, Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh, Formulário Short-Form-36 e coleta de sangue periférico para Análise do biomarcador IL-6 através de ELISA através de kits de citocinas (Biosciences®). Os dados foram transferidos ao programa SPSS para o Windows versão 23 (SPSS Inc. Chicago, IL).O Teste de Shapiro-Wilk foi utilizado para avaliação da normalidade das variáveis, a distribuição da amostra foi não normal, as comparações das médias entre os grupos foram efetuada pelo teste de Mann-Whitney. Para análise de associação de variáveis dicotômicas foi realizado teste de Qui-quadrado e gerado o cálculo de razão de chances (odds-ratio), intervalo de confiança de 95% e significância estatística estabelecida em 5% (p<0,05). Resultados preliminares: A amostra foi composta por 45 mulheres, média de idade 36,57 (±9,47) anos. Destas, 31,1% apresentaram Episódio Depressivo Maior (EDM) e 53,3% pelo menos um transtorno de ansiedade. Pacientes com EDM apresentaram risco de suicídio 14,5 vezes maior que as não deprimidas, além de piora na qualidade do sono e maior prejuízo na qualidade de vida em vários domínios do SF-36. A análise do biomarcador Interleucina-6 ainda não foi realizada. Conclusão: A prevalência de depressão foi maior do que o descrito na população geral. O risco de suicídio associou-se com maior gravidade de sintomas depressivos e de desesperança e piores escores de qualidade de vida e qualidade de sono.