Estado Nutricional de Gestantes de Alto Risco e sua Relação com perfil clínico e qualidade de vida.
gestação, pandemia, nutricional
Em todo o mundo tem-se observado um aumento da prevalência de sobrepeso e obesidade. Segundo dados do IBGE de 2019, 1,6% da população adulta tinha déficit de peso, 60,3% tinham excesso de peso, com uma prevalência de obesidade em 25,9%. Vários estudos avaliam os efeitos do estado nutricional materno sobre complicações gestacionais e desfechos desfavoráveis maternos e para os recém-nascidos, mas poucos estudos abordam essa avaliação no contexto das gestações de alto risco. Além do estado clínico, a qualidade de vida da gestante poderia ser impactada durante o período gestacional, visto que é um momento de muitas mudanças. Objetivo: avaliar o estado nutricional de gestantes de alto risco atendidas no Hospital Universitário Professor Alberto Antunes e sua relação com a ocorrência de complicações gestacionais, os desfechos para o recém-nascido e a qualidade de vida das gestantes. Metodologia: foram utilizados um questionário sobre os aspectos sociodemográficos e o questionário de qualidade de vida SF-36. Os registros do peso e índice de massa corporal durante o acompanhamento pré-natal foram obtidos do cartão da gestante, além da obtenção de dados registrados em prontuário médico. As voluntárias eram puérperas em até 48 horas pós-parto internadas no serviço de obstetrícia do HUPAA/UFAL, que aceitaram participar da pesquisa e assinaram o TCLE, num total de 53 participantes. Resultados: a prevalência de baixo peso na amostra estudada foi de 5,66%, de excesso de peso foi 73,58%, sendo 33,96% de sobrepeso e 39,62% de obesidade. A percentual de gestantes com ganho de peso insuficiente foi de 20,75% e de ganho excessivo foi de 49,06%. Houve maior prevalência de complicações relacionadas à síndrome hipertensiva nas pacientes obesas e maior ocorrência de complicações infecciosas e prematuridade nas com baixo peso. O peso do RN ao nascimento demonstrou diferença entre os grupos, com média de peso menor nos grupos de baixo peso e eutrofia, enquanto média de peso maior ocorreu no grupo de obesas. Não houve diferenças nos escores de qualidade de vida em relação ao estado nutricional. Conclusão: A alta prevalência de obesidade nas gestantes de alto risco e a associação entre o estado nutricional materno com ocorrência de condições que interferem no desfecho perinatal materno e do recém nascido ressalta a importância de medidas que visem melhorar o estado nutricional das mulheres previamente à gestação e o durante o acompanhamento pré-natal.