PPCM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS MÉDICAS FACULDADE DE MEDICINA Telefone/Ramal: 32141857

Banca de DEFESA: GRAZIELA CYNTIA SILVA SANTOS

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : GRAZIELA CYNTIA SILVA SANTOS
DATA : 21/03/2023
HORA: 15:00
LOCAL: Google Meet
TÍTULO:

REALIMENTAÇÃO PRECOCE APÓS CESARIANA EM UM HOSPITAL PRIVADO DE MACEIÓ: IMPACTO SOBRE A SAÚDE DO BINÔMIO MATERNO-FETAL


PALAVRAS-CHAVES:

Reabilitação Precoce; Cesariana; binômio materno-fetal


PÁGINAS: 35
RESUMO:

O protocolo internacional ERAS (Enhanced Recovery After Surgery), publicado
em 2005 no continente europeu, traz uma série de recomendações com respaldo
científico para cuidados perioperatórios e melhorias na recuperação do paciente (Eras
Society, 2021).
Baseado nesse protocolo, no Brasil criou-se o projeto ACERTO – Aceleração
Total da Recuperação Pós-Operatória – que trata, dentre outros, sobre questões
nutricionais na recuperação do paciente cirúrgico e aponta medidas que diminuem
complicações pós-operatórias e reduzem o tempo de internação hospitalar, sem
incremento nas taxas de reinternação (EDUARDO, 2017) .
De acordo com o preconizado pelo protocolo ERAS para gestantes (WILSON et
al., 2018) , no jejum pré-operatório, as mulheres devem ser encorajadas a beber líquidos
claros (suco sem resíduo, café ou chá) até 2 horas antes da cirurgia e uma refeição leve
pode ser consumida até 6 horas antes da cirurgia. Nesse mesmo sentido, a Sociedade
Europeia de Anestesiologia (SMITH et al., 2011) já recomendava que crianças e adultos
devem ser encorajados a beber líquidos claros até duas horas antes de cirurgias eletivas,
incluindo cesáreas.
No pós-operatório imediato, há um aumento da demanda metabólica semelhante
à prática de exercícios físicos, com consequente depleção de carboidratos, podendo
prejudicar a recuperação da cirurgia. O prolongamento do jejum gera desconforto
materno, manifestando-se como sede, fome e aumento da ansiedade. Além disso, a
acidose resultante da cetogênese, teoricamente, produz condições não favoráveis para o
feto na ocasião do nascimento (CAUGHEY et al., 2018) .
Uma complicação que pode acontecer após cirurgias abdominais é o íleo pós-
operatório, que leva ao acúmulo de gás e secreções, causando distensão, vômito e dor.
Os mecanismos dessa alteração ainda não foram completamente elucidados, mas sabe-
se que há aumento do tônus simpático e inibição da liberação de acetilcolina (ACERTO,
2016).
Considerando a cesárea uma laparotomia sem intervenção cirúrgica do trato
gastrintestinal, sabe-se que a raquianestesia com anestésicos locais alivia ou diminui o
íleo pós-operatório por meio do bloqueio da medula espinhal inibitória nos reflexos do

intestino que são ativados em cirurgias abdominais (THÓEREN et al., 1989) . Via de
regra, a técnica anestésica utilizada em cesáreas é o bloqueio neuroaxial, sendo a
anestesia geral uma técnica de exceção. Por ser simples de realizar e ter um baixo custo,
a raquianestesia é a mais comumente realizada (KRAMER et al., 1996) .
Nos protocolos multimodais de cuidados cirúrgicos como o projeto ACERTO,
para pacientes submetidos a operações de médio porte na unidade de Cirurgia Geral têm
sido proposta uma rotina internamente denominada realimentação “ultra precoce” no
pós-operatório. Nesta, após a operação, o paciente permanece na recuperação pós-
anestésica (RPA) até sua completa estabilização e, assim que liberado pelo médico
anestesiologista responsável, é realimentado com líquidos claros, ainda neste ambiente.
Esta realimentação é feita habitualmente com 400mL de líquidos claros enriquecido
com maltodextrina 12,5% (50g) (FRANCO et al., 2020) .
A realimentação precoce vem como uma forma de propor uma recuperação
aprimorada da incisão cesariana até a alta materna do hospital, fazendo parte de cuidado
abrangente para parto cesáreo eletivo ou de urgência (ARORA; JAIN, 2021) . Uma
revisão sistemática com metanálise com dezessete estudos apoia que a alimentação após
cesariana seja feita nas duas primeiras horas pós-operatórias (MACONES et al., 2019) .
Mesmo após trinta anos de pesquisa demonstrando a segurança da alimentação
precoce, a mudança na prática clínica ainda é lenta (OSLAND et al., 2011) . De acordo
com um estudo transversal realizado no Brasil em 2014 (FRANCISCO; BATISTA;
PENA, 2015) , o tempo de jejum para líquidos e sólidos ainda se encontra muito acima
do recomendado pela ASA. O resultado encontrado é o dobro do valor máximo
recomendado para sólidos e aproximadamente oito vezes maior que a recomendação
para líquidos.
Nesse contexto, sabendo que o tempo de jejum no Brasil ainda é excessivo e os
estudos sobre abreviação de jejum nas gestantes, em geral, são escassos, este trabalho
pretende realizar um ensaio clínico com realimentação precoce após cesarianas e
verificar os impactos nos sintomas decorrentes do íleo pós-operatório, tempo de
internação e bem-estar do binômio mãe e recém-nascido.


MEMBROS DA BANCA:
Externo(a) ao Programa - 1851685 - ALANE CABRAL MENEZES DE OLIVEIRA
Externo(a) ao Programa - 1918787 - ANDREA MARQUES VANDERLEI FERREIRA
Presidente - 4364569 - FABIANA ANDREA MOURA
Interno(a) - 3621153 - JULIANA CELIA DE FARIAS SANTOS
Interno(a) - 2370894 - MICHELLE JACINTHA CAVALCANTE OLIVEIRA
Interno(a) - 384.145.544-15 - SAMIR BUAINAIN KASSAR - UNCISAL
Notícia cadastrada em: 22/02/2023 09:42
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