A indicação deste trabalho permeia a investigação das teorias pedagógicas na Educação do/no Campo, em especial, presentes na produção do conhecimento no programa de Pós-Graduação da UFAL/MACEIÓ, no período de 2001-2022 e suas bases teóricas. Refletir sobre a Educação do/no Campo e o trabalho pedagógico permite abrir o diálogo sobre as possiblidades de alcançar a compreensão da conjuntura social que engloba diversos aspetos acerca dos benefícios para os alunos dessa modalidade nos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental. Nesta direção, é indispensável imergir na temática da produção do conhecimento, sobretudo no meio acadêmico, em que se desenvolve o ato de conhecer sobre questões essenciais da humanidade. Em tal contexto, delimitou-se os objetivos: a) Identificar a produção do conhecimento em teses e dissertações utilizando os descritores: <trabalho pedagógico do professor no Ensino Fundamental e Escolas do Campo>; b) Analisar tal produção usando a matriz paradigmática de Gamboa (2014), com foco nas teorias pedagógicas (não críticas e críticas) presentes nas produções; c) Apresentar uma síntese com os limites e possibilidades de avanços na produção do conhecimento sobre trabalho pedagógico no Ensino Fundamental nas séries iniciais e finais e Escolas do Campo no Estado de Alagoas. Para tanto, recorreu-se a uma metodologia demarcada por procedimentos próprios da pesquisa bibliográfica, utilizando como base o Repositório Institucional Acadêmico do Programa de Pós-Graduação em Educação, do Centro de Educação da Universidade Federal de Alagoas – UFAL. O procedimento de coleta de dados e sua fase analítica foi respaldada na tese de doutorado de Silvio Gamboa, que desenvolveu a Matriz Paradigmática, como instrumento de análise teórica da produção científica. Parte-se do pressuposto de que é importante, além de realizar pesquisas, avaliar esta produção do conhecimento, gerado no interior das universidades públicas. Propõe-se, que a partir dos resultados encontrados, as intuições educacionais, sobretudo a universidade investigada, explore e aprofunde as discussões sobre a Educação do/no Campo devido a sua importância no contexto social e educacional.

O presente trabalho, que tem como objeto de estudo o ensino da Educação Física no currículo da educação básica nas escolas do/no campo no território do Agreste de Alagoas, insere-se na linha de pesquisa práticas pedagógicas e ensino, do Programa de Pós-graduação strictu sensu em Ensino e Formação de Professores – PPGEFOP –, da Universidade Federal de Alagoas – UFAL, Campus Arapiraca. A problematização está delimitada a escolas “do” e “no” campo que, além de estarem sofrendo processos de fechamento, existem indicadores de negação de conteúdos clássicos nos currículos escolares. A hipótese que levantamos é que os currículos das escolas do/no campo no Agreste de Alagoas conformam uma educação que nega conteúdos escolares, e está moldada por diretrizes curriculares referenciadas nas pedagogias do “aprender a aprender”, na pedagogia das competências, na abordagem da “aptidão física e saúde”, que buscam a preparação dos indivíduos exclusivamente para atuarem no mercado de trabalho, desconsiderando o acesso aos conhecimentos clássicos produzidos historicamente pela humanidade e que possibilitam o pleno desenvolvimento das capacidades humanas. O problema do estudo diz respeito ao ensino de conteúdos clássicos de artes, filosofia e ciências, que estão sendo negados nas escolas em geral e, em particular, nas escolas do campo, dentre eles, os conteúdos da cultura corporal. As questões a serem respondidas foram as seguintes: (a) Quantas e quais são as escolas do/no campo no Agreste alagoano? (b) Quais são as diretrizes curriculares nacionais, estaduais e municipais que orientam os currículos escolares? (c) Quais as teorias pedagógicas que subsidiam tais diretrizes, quais os limites e quais as possibilidades superadoras a partir da pedagogia histórico-crítica e da abordagem crítico-superadora do ensino da Educação Física? O objetivo geral foi analisar como está organizado o ensino da Educação Física nos documentos que norteiam o currículo da Educação Básica nas escolas do/no campo, no Agreste de Alagoas.  Decorreram desse objetivo geral os seguintes objetivos específicos: I- Identificar as tendências pedagógicas da Educação e da Educação Física que fundamentam os currículos das escolas do/no campo, no Agreste de Alagoas; II- Discutir sobre as concepções de currículo, de escola, de sociedade e de sujeito presentes nas diretrizes curriculares nacionais, estaduais e municipais; III- Verificar como estão expostos os conteúdos programáticos de ensino da Educação Física nos documentos analisados. A pesquisa caracteriza-se como uma pesquisa documental, bibliográfica com análise de conteúdoe busca explicar a realidade a partir de critérios rigorosos de cientificidade, partindo da aparência do fenômeno até atingir seu estágio de desenvolvimento mais avançado. Como procedimento científico de delimitação de fontes para a coleta de dados, utilizamos como critérios de inclusão: a) os municípios que possuem Referenciais Curriculares; b) as escolas do/no campo que concentram os anos finais do Ensino Fundamental. Excluíram-se, portanto, da pesquisa as escolas de Ensino Fundamental (anos iniciais), bem como, as que estão localizadas na zona urbana. Considerando os critérios mencionados, constatamos que, dentre os 14 (quatorze) municípios que compõem o Território do Agreste de Alagoas, apenas a rede de ensino pública de São Sebastião possui referencial curricular, sobre a qual está delimitada espacialmente nossa pesquisa. As diretrizes mencionadas nos Projetos Políticos Pedagógicos são as diretrizes oficiais de governos e que apresentam indicadores de rebaixamento teórico pela negação de conhecimentos. são as seguintes. Quanto a teoria pedagógica e as abordagens do ensino da Educação Física constatamos um ecletismo teórico que se expressa tanto nos argumentos quanto no conteúdo e na forma indicada de tratamento deste conteúdo. Concluímos destacando a necessidade da formação continuada dos professores com a referência em teorias críticas para planejar os projetos políticos pedagógicos da escola.

Os anos iniciais do Ensino Fundamental são permeados (ou deveriam ser?) por uma diversidade de textos e portadores de textos multimodais que precisam ser explorados em sua potencialidade. Compreendendo o letramento e a alfabetização como um processo que envolve muitas facetas, vemos nos livros de literatura infantil um potencial de contribuir a esse processo, de modo que não se trata apenas de um portador de textos verbais e visuais, mas é um produto cultural, com linguagens que precisam ser identificadas e compreendidas em sua totalidade, sem supervalorizar uma linguagem em detrimento de outras. No entanto, observamos a não apropriação deste conhecimento por grande parte dos professores que alfabetizam. Ou seja, identificamos como problema que as práticas dos professores alfabetizadores ainda permanecem como uma prática intuitiva na exploração de recursos multimodais como é o caso específico da utilização do livro de literatura infantil. Este uso poderia ser mais qualificado, a partir do estudo sobre práticas multimodais. Neste sentido, definimos como pergunta de pesquisa: Quais os recursos multimodais presentes nos livros de literatura infantil do acervo PNLD Pnaic e como essa construção poderá impactar na alfabetização e no letramento? Na busca de respostas, realizamos uma pesquisa documental, de abordagem qualitativa, com o objetivo geral de analisar as características multimodais presentes nos livros de literatura infantil destinados ao ciclo de alfabetização, do Programa Nacional do Livro Didático Pnaic. E como objetivos específicos desta pesquisa, buscamos: (1) Investigar a intencionalidade do uso de diferentes recursos tipográficos (2) Compreender a inter-relação das linguagens que compõem os livros de literatura infantil da amostra; (3) Identificar as dimensões da Gramática do Design Visual (GDV) de Kress e Van Leeuwen (2006) nas obras. Os resultados nos indicam que no emprego de diferentes recursos tipográficos há a intenção de enfatizar sentimentos de personagens, ou salientar o nome de um objeto, ou a fala de personagens, entre outros propósitos.  No que se refere às inter-relações verbo-visual empregadas, compreendemos que há uma evolução entre os anos de escolarização: nos livros do primeiro ano a relação mais presente é de repetição, enquanto, nos livros do segundo e terceiro anos a relação mais evidenciada é de combinação entre imagens e textos verbais. Sobre a presença das dimensões representacionais, interativas e composicionais da GDV nas obras, observamos a predominância de imagens narrativas, de imagens de oferta e os elementos relacionados ao “valor da informação” seguindo os pressupostos definidos por estes autores. Tudo isso evidencia a potencialidade das obras para o desenvolvimento da alfabetização e do letramento. Portanto, a percepção e a exploração da multimodalidade que constitui os livros de literatura para crianças podem ser um caminho para a consolidação da alfabetização e do letramento das crianças. Seguramente, não é o único caminho, mas é um recurso pedagógico que corrobora de maneira acentuada ao desenvolvimento das aprendizagens das crianças dos anos iniciais do Ensino Fundamental. 

A Educação Ambiental é instituída enquanto proposta interdisciplinar com o objetivo de orientar ações pedagógicas para construção de caminhos com vistas à conscientização sobre os problemas que aferem o meio ambiente. No entanto, percebe-se que o princípio curricular sempre foi destaque na disciplina Ciências. Diante de tais questões e sabendo que em grande parte das discussões sobre ensino, o livro didático sempre foi/é um elemento presente, visto, ainda, enquanto material central do trabalho em sala de aula, questiona-se: As discussões apresentadas nos Livros Didáticos de Ciências do 5º ano aprovados pelo PNLD/2019, contribuem para discussão ambiental na escola com perspectivas conscientizadoras da temática lixo? A partir deste questionamento, o objetivo da pesquisa foi investigar em que medida as abordagens sobre lixo nos Livros Didáticos de Ciências do 5º ano (PNLD 2019) limita e/ou possibilita a discussão ambiental na escola. De modo específico, dialogou-se teoricamente sobre Educação Ambiental, discutiu-se sobre geração de lixo enquanto uma urgência a ser problematizada; fez-se uma revisão teórica sobre o livro didático, ressaltando as políticas públicas, ao longo dos anos, criadas com a finalidade de gerenciar a produção e distribuição das obras didáticas. O estudo é de base quanti-qualitativa, com caráter descrivo e documental, onde utilizou-se a análise de conteúdo bardiniana.  A hipótese colocou que o componente curricular Ciências, a partir do uso do livro didático do 5º ano, discute sobre conscientização ambiental no tocante a temática lixo. Os livros didáticos do 5º ano aprovados pelo PNLD/2019 somam-se 14, ao todo. Estes compuseram o corpus de análise da pesquisa. Mediante uso do Software Nvivo, foram selecionadas as unidades de análise. Os livros foram analisados e categorizados considerando elementos que apresentam menções, explicitamente, ou não, sobre orientações didáticas que, por vezes, induzem a práticas que possibilitam a conscientização ambiental. De modo geral, coloca-se que as abordagens apresentadas nos livros didáticos contribuem para discussão ambiental na escola, podendo, assim, permitir perspectivas conscientizadoras sobre a temática lixo, fato que responde positivamente o problema de pesquisa e confirma a sua hipótese. Contudo, apesar dos livros, em sua maioria, apresentarem componentes que se endereçam à discussão ambiental e a problemática sobre o lixo, chama-se atenção da figura do professor quanto ao uso destes materiais, pois os silêncios que alguns livros apresentam ressoam sobre sua prática e cobram deste profissional métodos que possam suprir possíveis falhas.

Este trabalho aborda como tema central a inclusão de surdos no Ensino Superior, focando especialmente na pós-graduação. Nesse sentido, quando se pensa na inclusão de surdos, compreende-se que este utiliza língua e cultura diferentes das demais pessoas. Nesse ínterim, a pesquisa teve como objetivo analisar a trajetória educacional e os obstáculos de um surdo na pós-graduação de uma universidade federal. A pesquisa foi desenvolvida por meio de uma abordagem qualitativa do tipo autobiográfica, que visou narrar as experiências e vivências do pesquisador frente aos desafios, dificuldades e aprendizagens desde os primeiros anos de escolarização até o mestrado. Os resultados indicam que esse processo, em determinadas vezes, se mostrou desafiador, pois dificuldades foram percebidas e presenciadas. Entre estas, o uso da Língua Portuguesa, as incongruências do ensino remoto, as práticas não adequadas à singularidade do sujeito surdo. Por outro lado, percebeu-se também a preocupação de professores em proporcionar, da melhor forma, um ambiente de caráter inclusivo. Desse modo, entende-se que a inclusão se faz necessária com as políticas educacionais, mas também com ações de permanência, entre elas as práticas educativas inclusivas, o currículo e a empatia de envolvidos, de modo a contemplar as especificidades de cada estudante e favorecer a equidade no processo educacional.

Este trabalho tem como propósito investigar os desafios e as possibilidades da pedagogia freireana na construção de práticas pedagógicas brincantes na Educação Infantil. A metodologia utilizada para a realização dessa pesquisa tem caráter qualitativo, a qual foi organizada em duas fases: a primeira de caráter teórico, em que foi possível construir, a partir de estudos bibliográficos, articulações entre a pedagogia freireana e os estudos da infância. E a segunda, de caráter empírico, em que, a partir de um curso formativo remoto e presencial realizado em uma escola do campo, foi possível implementar o processo de Investigação Temática para localização de problemas vivenciados pela comunidade, servindo como ponto de partida para elaboração de propostas pedagógicas para turma de Educação Infantil. Esse curso envolveu a participação de educadoras, gestora e crianças, assim como também moradores locais e representantes do MST, o qual foi estruturado em três fases: 1) Levantamento de situações problemáticas, análise e definição do Tema Gerador, denominado: “Terra sem água não produz: a água do rio São Francisco tão perto e ao mesmo tempo tão distante”; 2) Planejamento das atividades pedagógicas com base nos três Momentos Pedagógicos (3MP), envolvendo a ludicidade e a participação infantil; 3) Organização para implementação das propostas pedagógicas, sintetizada no Caderno de Atividades “Conhecendo a terra que eu existo!”. As informações foram obtidas na forma de vídeogravações, grupos no WhatsApp, diários de campo, produções das crianças, observação participante, e analisados pela Análise Textual Discursiva (MORAES e GALIAZZI, 2011). Os resultados evidenciaram que é possível construir um currículo escolar, em favor da vida, a partir de problemáticas que fazem parte da realidade concreta das crianças, por traduzirem situações limites vivenciadas pela comunidade local, a exemplo do acesso desigual ao recurso natural “água”, desemprego, desinformação, ausência de políticas públicas, ausência de atenção primária à Saúde e a Educação, entre outros.  Sendo assim, a humanização e a liberdade no trabalho para/com as crianças surgem com a escuta, com a relação respeitosa entre educador-educando, com acolhimento e pertencimento individual e coletivo, com o direito às experiências brincantes, interativas e significativas no espaço escolar, que são fomentadas com a proposta da construção de um currículo arquitetado por meio de Temas Geradores.

Este trabalho buscou analisar a Resolução de Problemas (RP) em periódicos da área do ensino da matemática, na educação básica, por meio da análise de conteúdo de artigos publicados de 2015 a 2021 na Plataforma Sucupira, e as suas relações com a formação crítico-reflexiva. O intuito do estudo foi resolver o seguinte problema de pesquisa: como se apresenta a Resolução de Problemas em periódicos da área do ensino da matemática, na educação básica, no período de 2015 a 2021?. Para tanto, foi analisada a RP diante dos periódicos da área do ensino de matemática, na educação básica, mediante a análise de conteúdo de artigos publicados no marco temporal citado acima, na Plataforma Sucupira e suas relações com a Formação crítico-reflexiva. Nesse ínterim, procurou-se investigar as temáticas presentes nas publicações sobre Resolução de Problemas, a partir de categorias prévias e posteriores, compreender de que maneira as temáticas encontradas sobre Resolução de Problemas estabelecem relações com a formação crítico-reflexiva e debateu-se sobre um ensino de matemática que contemple a formação crítico-reflexiva na perspectiva da Resolução de Problemas. Nesse contexto, foi utilizada a pesquisa qualitativa exploratória. Para a análise dos dados, fez-se uso da análise de conteúdo, e a técnica foi a categorial ou temática, sendo a mais rápida e eficaz em discursos diretos e simples. Para a coleta de dados, foi utilizada a Plataforma Sucupira como corpus da pesquisa, na qual se fez uma busca de revistas com Qualis A1, A2, B1 e B2. Após a escolha das revistas, foram feitas buscas de periódicos que estivessem num recorte temporal (de 2015 a 2021), que fossem em Língua Portuguesa e que tratassem do Ensino da Matemática. Para o referencial teórico, procurou-se entender o que eram os problemas e as suas possíveis interpretações. Buscou-se, também, entender a Resolução de Problemas e conhecer teóricos que foram e ainda são importantes para a construção e para o desenvolvimento da RP, entendendo, assim, sua historicidade e seu desenvolvimento por meio do tempo. Ainda no referencial teórico, foi importante entender o que era a formação crítico-reflexiva e as possíveis relações com a Resolução de Problemas. Para esse contexto, as práticas docentes no ensino da matemática foram temas importantes abordados na fundamentação teórica. Durante as discussões realizadas diante dos dados selecionados, foi possível observar aspectos que relacionam a RP com a Formação crítico-reflexiva, os aspectos trazem importantes contribuições para o ensino da matemática. Outro ponto que resultou desta pesquisa é o papel importante que o professor tem na atuação da RP, visto que o desenvolvimento do aluno se dará a partir da mediação de professores críticos-reflexivos estimulando no aluno a capacidade crítica e reflexiva.

O processo de ensino-aprendizagem de química, ofertado na educação básica e superior, não está condizente com o perfil do discente pós-polipandemia de Covid-19. Um recurso plausível para tanto, é a utilização de jogos e atividades lúdicas para uma Educação Lúdica de Protagonização. Evidenciamos, que tal mudança deve começar na formação inicial de professores, com o uso de práticas, recursos, fundamentos e criticidade, que se diversifiquem da pedagogia transmissiva em vigência. Logo, essa dissertação de mestrado se apresenta por múltiplos artigos, sendo seu objetivo analisar as proposições de jogos para o ensino de Química segundo licenciandos em química da cidade de Arapiraca-AL, bem como, discutir, fundamentar e propor um modelo de Educação Lúdica de Protagonização. Esta pesquisa é qualitativa, do tipo estudo de caso e teve sua metodologia diversificada pela triangulação dos dados, do método, dos pesquisadores e das hipóteses. Para tanto, foi realizada uma análise do conteúdo através da sondagem via questionário e da aplicação de uma proposição de jogos por 13 (treze) licenciandos em química na UFAL-Arapiraca. Os resultados apontaram que a Cultura Lúdica Discente dos participantes não diverge mesmo em distinção de moradia, raça e classe social; porém, houve divergência em relação aos gêneros e faixas etárias. Conclui-se que: professores em formação tendem a ensinar do mesmo modo como aprendem, que o contato na formação inicial com práticas lúdicas e protagonizadoras é um reforço para sua perpetuação na rede básica, que jogos apresentam um caráter de não exclusão social, que a segregação de jogos em relação a gênero é uma questão de poder social e que carece de mais estudos, que professores universitários de disciplinas específicas da UFAL não têm utilizado jogos para ensinar, já os professores de disciplinas pedagógicas usam jogos sem um aprofundamento crítico e teórico, que a consideração da Cultura Lúdica Discente melhora a proposição de jogos, que o modelo de proposição desenvolvido demonstrou-se adequado para a formação inicial de professores de química, que a literatura específica de educação química ainda carece investigar mais sobre o lúdica na formação inicial de professores e proposição de jogos, que jogos e outras práticas atraentes para ensinar química possibilitam o protagonismo discente e melhora a interação entre professor/alunos/conteúdos/ambientes.

A inclusão social é um processo que deve ocorrer ao longo da vida e em todos os ambientes aos qual a pessoa esteja inserida, seja no âmbito escolar, familiar ou social. É preciso que estejamos atentos às mudanças ocorridas na educação e quais os mecanismos que auxiliam as pessoas com deficiência a se desenvolverem, favorecendo sua autonomia, respeito e equidade. Diante disso, nosso problema de pesquisa é: quais as práticas docentes relativas a estudantes com deficiência intelectual encontradas nas salas de recursos multifuncionais (SRM). Em consonância com nossa problematização, o nosso objetivo geral é analisar as práticas docentes relativas a estudantes com deficiência intelectual encontradas nas salas de recursos multifuncionais de escolas municipais da rede regular de ensino de Arapiraca/AL. Para encontrar a resposta para tal problema, foi realizado um estudo tendo como fundamento a Psicologia Histórico-cultural, a partir dos escritos de Vigotski. Em relação ao processo de pesquisa, o estudo configura-se a partir de uma pesquisa de campo qualitativa, de caráter descritivo, através de entrevistas seminestruturadas e observações da prática docente na SRM em 03 (três) escolas municipais que desenvolvem atendimentos com pessoas com deficiência intelectual. Para análise dos dados, foi utilizada a análise de conteúdo proposta por Bardin através da pré análise das informações, exploração do material e tratamento dos resultados. Em nossas análises, foi possível no primeiro capítulo fazer uma reflexão sobre as contribuições da teoria Vigotskiana para os estudos sobre a deficiência intelectual. No segundo capítulo, abordamos a história da pessoa com deficiência e seu atendimento educacional ao longo do tempo. Dando continuidade aos estudos, no terceiro capítulo foi possível obsevar quais foram os caminhos metodológicos na construção do conhecimento. Para finalizar, trouxemos no quarto capítulo as análises das entrevistas com as contribuições das educadoras pesquisadas, bem como, um importante apoio na construção das três categorias para compreender como ocorrem a prática docente na SRM. A primeira categoria recebeu o nome de “Professor” pois trata-se das vivências do docente no AEE desde os seus primeiros contatos, sua formação, a prática realizada na SRM e a relação professorXaluno. Na segunda categoria, podemos destacar a “Escola” verificando como acontecem a relação entre escola e a educação especial e por fim, a categoria “Família” que nos traz uma reflexão sobre a família da pessoa com deficiência, como ela percebe a criança dentro do contexto educacional e quais as parcerias encontradas pela família que o apoia na formação intelectual e emocional da criança com deficiência. Através deste estudo acerca do trabalho docente foi possível afirmar que o Atendimento Educacional Especializado é uma importante intervenção interdisciplinar geradora de troca de saberes tanto para o aluno quanto para o educador. Principamente quando os docentes estão atentos aos novos paradigmas favorecendo uma aprendizagem que faça sentido para o aprendente e favoreça para uma melhor qualidade de vida. Nessa perspectiva, as SRM surgem como uma ferramenta de apoio que permite práticas inovadoras na construção de novos conhecimentos.

Este trabalho tem como objetivo analisar as narrativas de professoras da Educação de Jovens e Adultos (EJA) sobre sua formação para a atuação na modalidade. Para alcançar esse objetivo, foi utilizada uma abordagem de pesquisa narrativa, empregando o grupo focal como instrumento de coleta de dados. Participaram da pesquisa cinco professoras de uma escola do município de Teotônio Vilela, em Alagoas. Como referencial teórico foram empregados os estudos dos autores Arroyo (2006, 2013, 2017), Camargo (2017), Di Pierro (2006), Fernandes (2016), Nóvoa (1992), Saviani (2005), Ventura (2020), entre outros. Esses autores investigam aspectos da construção da identidade docente, além de contextualizar essa análise para o EJA. Além disso, o referencial teórico sustenta que a narrativa pode oferecer oportunidades formativas, auxiliando no processo de construção da identidade docente. Os resultados destacaram os desafios enfrentados pelas professoras-narradoras e sua resiliência diante das dificuldades, reforçando a importância da formação docente na EJA e a necessidade de investimentos nessa área. Além disso, ressaltou-se a relevância de abordar a dimensão política na EJA, promovendo a conscientização e o empoderamento dos estudantes. As narrativas das professoras de EJA participantes desta pesquisa evidenciam que a formação para a atuação nesta modalidade ocorre principalmente através da troca de experiências entre as colegas da escola, na vivência como docente nesta modalidade e muito pouco se obtém a partir da formação inicial ou continuada de forma institucional.

Este estudo tem como título "Expropriação da Diversidade na Escola: Cruzando Patologização, Medicalização e Práticas de Ensino Docente". Destarte, esta pesquisa busca responder à seguinte questão: quais os cruzamentos entre práticas de ensino docente e os fenômenos da patologização e medicalização na escola? E objetiva compreender o fenômeno da patologização e medicalização na escola e suas intersecções com as práticas de ensino docente. Sua pertinência advém da elucidação dos fenômenos da patologização e da medicalização na escola, através da identificação de alguns mecanismos que os produzem, assim como pela possibilidade de compreensão das formas que a medicalização e a patologização se manifestam no cotidiano escolar, afetando a vida e o processo de escolarização dos estudantes. Fundamentado na Psicologia Histórico-cultural, o estudo se desenvolveu com base em uma pesquisa decampo, com método qualitativo, ocorrendo em uma escola pública municipal do estado de Alagoas. Para sua efetivação, utilizamos como instrumentos de recolha de dados, a entrevista semiestruturada com 02 estudantes participantes da Sala de Recursos Multifuncionais (SRM), bem como com seus responsáveis. Além disso, realizamos um encontro do grupo focal, composto por 06 professores (as), sendo, 02 professoras da SRM. Com esse grupo de docentes, utilizamos também a entrevista semiestruturada individual. Ainda, trabalhamos com análise dos seguintes documentos: cópias de parte do diário de classe, parecer descritivo dos estudantes participantes da pesquisa, partes do portfólio e mais alguns documentos de uso das professoras de SRM. As informações produzidas foram analisadas a partir da análise de conteúdo de tipo temática. Com as análises, construímos três categorias: Percepções docentes sobre a diversidade, deficiência, inclusão e família no processo de escolarização; Práticas docente, educação especial e aprendizagem escolar; Patologização e medicalização no cotidiano escolar. O processo de categorização nos ajudou a uma melhor interpretação e aprofundamento das informações na busca da compreensão do fenômeno em questão. As análises revelaram como diversas práticas pedagógicas conduzem os estudantes a processo de patologização e consequentemente, à medicalização na escola, contribuindo para a precarização da sua escolarização e manutenção do ciclo exclusão/inclusão.

Esta dissertação trata do Ensino por Investigação no Ensino de Biologia numa perspectiva da Alfabetização Científica (AC) e da Natureza da Ciência Biologia. O trabalho parte da problemática sobre como implementar tal abordagem no contexto da reforma do Ensino Médio, em que se destaca a relevância para a busca de formas para oportunizar um ensino de Biologia que atenda à finalidade da Alfabetização Científica diante do presente tempo histórico nas escolas públicas brasileiras. Dessa forma, o trabalho tem o objetivo geral de investigar a implementação de uma Atividade Investigativa no ensino de Biologia numa perspectiva de Alfabetização Científica em uma turma do Ensino Médio de uma escola da Rede Pública de Alagoas. Em vista disso, a metodologia foi do tipo qualitativa a partir de um estudo de caso em uma turma da primeira série do Ensino Médio no componente de Laboratório de Práticas Experimentais. A coleta de dados se deu a partir da gravação e transcrição de aulas e registro dos estudantes, juntamente ao desenvolvimento de uma Atividade Investigativa sobre fungos, que foram submetidos à Análise Textual Discursiva. Os resultados foram organizados em três categorias: os elementos do Ensino por Investigação em uma Atividade Investigativa sobre fungos, em que foram discutidas as atividades-chave da Atividade Investigativa desenvolvida; os indicadores da Alfabetização Científica emergidos na implementação da Atividade Investigativa sobre fungos, apresentando os indicadores do processo; e os contributos da Abordagem Didática para a Natureza da Biologia, ressaltando a abordagem da Natureza da Ciência Biologia nas atividades propostas, que foi caracterizada pelo tempo e implicações éticas de experimentos com seres vivos. Por fim, foi possível destacar: os principais resultados relacionados às implicações da formação de professores para a utilização da abordagem, em especial em relação à gestão de turma e de tempo durante a aplicação, bem como a importância da abordagem para o surgimento dos indicadores da AC; a adequação às características da Biologia, sendo elas: metodologia para o estudo dos fungos, tempo necessário, bioética e biossegurança; além de destacar a importância do laboratório de Biologia para o desenvolvimento de atividades como a que foi proposta, resultados esses que subsidiaram considerações acerca da potencialidade do Ensino por Investigação para o ensino sobre fungos, sendo a principal delas a possibilidade de abordar os aspectos do tempo e ética da Natureza da Biologia, bem como limitações.