Infâncias em resistência: participação e pertencimento na Ocupação Tereza de Benguela (Maceió, AL)
Ocupações urbanas; Participação infantil; Pertencimento territorial; Protagonismo infantil; Resistência.
A pesquisa “Infâncias em resistência: participação e pertencimento na Ocupação Tereza de Benguela (Maceió, AL)” integra a rede multicêntrica do Projeto Universal CNPq “No urbano: desigualdades sociais, disputas territoriais, deslocamentos e a relação com cuidados e educação vividas por mulheres e crianças”, sob coordenação nacional de Marcia Aparecida Gobbi e coordenação local de Cleriston Izidro dos Anjos. No âmbito local, configura-se como subprojeto voltado às infâncias em território de ocupação urbana, sustentado por parcerias interinstitucionais e pelo campo dos Estudos Sociais da Infância, o que fortalece o desenho metodológico (entrevista-passo, cartografias afetivas e curadoria de imagens). O objetivo geral é investigar como se manifestam a participação e a resistência de crianças na Ocupação, considerando modos de interação, aprendizagens e formas de participação social. Especificamente, busca-se: (a) descrever experiências de participação e protagonismo de crianças entre 4 e 12 anos e seus usos do espaço; (b) interpretar sentidos de moradia/território em produções infantis (desenhos, colagens, fotografias, narrativas); e (c) analisar marcas de resistência e pertencimento nas linguagens infantis e sua articulação com lutas comunitárias. Metodologicamente, trata-se de estudo qualitativo composto por: (i) revisão integrativa que sintetiza o estado do conhecimento sobre infâncias em ocupações urbanas, protagonismo e resistências; e (ii) pesquisa-intervenção-colaborativa na Ocupação Tereza de Benguela, articulando investigação e ação. As análises seguirão os princípios da Análise de Conteúdo de Laurence Bardin. A revisão utilizou a plataforma OasisBR com descritores específicos e orientou o trabalho de campo: entrevistas, mapeamento de “lugares de criança”, cartografias afetivas e oficinas de foto-caminhadas com curadoria infantil. Espera-se contribuir para a compreensão das crianças como sujeitos ativos de transformação social e subsidiar políticas públicas que garantam direitos e participação infantil em contextos urbanos marginalizados, oferecendo reflexão crítica sobre relações sociais, identidade, pertencimento e territorialidade em espaços de ocupação.