HIGIENIZAÇÃO DO LODO DE ETE PARA PRODUÇÃO DE BIOSSÓLIDOS POR MEIO DO USO DA TÉCNICA DA CO-COMPOSTAGEM
Lodo de esgoto. Co-compostagem. Estação de Tratamento de Esgoto. Saneamento. Sustentabilidade
A gestão inadequada de resíduos sólidos, intensificada pela urbanização, representa um dos grandes desafios ambientais da atualidade, principalmente em relação ao lodo de esgoto, considerado o principal resíduo gerado no processo de tratamento das Estações de Tratamento de Esgoto (ETE), cujo descarte inadequado pode trazer
sérios impactos ao meio ambiente e à saúde pública. Nesse contexto, o cenário atual do saneamento no Brasil, impulsionado pelo Marco Legal do Saneamento, trouxe novas empresas ao setor, que agora enfrentam o desafio da destinação adequada do lodo. Com isso, cresce a demanda por soluções mais sustentáveis de destinação do lodo, a fim de auxiliar na redução dos volumes destinados aos aterros sanitários, promovendo a economia circular e reduzindo os impactos ambientais e os custos associados a disposição final. A co-compostagem surge como uma técnica essencial para o tratamento do lodo de esgoto, permitindo a produção de biossólidos seguros para aplicação no solo, seja na agricultura ou na recuperação de áreas degradadas. Apesar do potencial da co-compostagem, é essencial avaliar sua viabilidade em diferentes condições, considerando fatores como equilíbrio de nutrientes, controle de umidade e temperatura, tempo de decomposição, presença de contaminantes e redução de patógenos, garantindo a segurança em aplicações agrícolas. Neste trabalho, a viabilidade da higienização do lodo de ETE será avaliada por meio do método da co-compostagem para a produção de biossólidos. A experimentação se dará a partir da utilização de composteira de 0,5 m3, lodo de ETE, resíduos de poda (verde) e equipamentos necessários para o monitoramento dos parâmetros físico-químicos e microbiológicos. Alguns dos parâmetros a serem avaliados serão: temperatura, pH, umidade, relação C/N e Escherichia coli. Também será realizado o teste de fitotoxicidade e caracterização agronômica do biossólido, conforme os parâmetros da Resolução CONAMA 498/2020. Com base nos dados experimentais, espera-se obter um biossólido seguro para aplicação no solo, após validação das análises e conformidade com a legislação vigente, a fim de promover a economia circular e fortalecer a sustentabilidade no setor de saneamento.