DESENVOLVIMENTO DE CURATIVO NANOTECNOLÓGICO DE POLICAPROLACTONA CONTENDO CARVÃO ATIVADO/NITRATO DE PRATA
eletrofiação, curativos, policaprolactona
A pele é o maior órgão do corpo humano e está sujeita a diversas lesões que requerem tratamento adequado, especialmente em pacientes com condições que comprometem sua capacidade de regeneração. Os curativos tradicionais desempenham um papel fundamental no processo de cicatrização, mas possuem limitações, especialmente em relação à absorção de exsudato. O excesso de exsudato pode dificultar a cicatrização e complicar a recuperação. Este estudo teve como objetivo desenvolver novos biomateriais nanoestruturados com potencial para aplicação como curativos para feridas. O carvão ativado (CA) foi utilizado como agente absorvente de exsudato, alterando as propriedades do material e tornando-o hidrofílico, enquanto o nitrato de prata (NiP) foi adicionado como agente antimicrobiano. Foram produzidas mantas eletrofiadas de nanofibras de policaprolactona (PCL), um biomaterial não tóxico, com diferentes concentrações de carvão ativado (0%, 2%, 10%, 15%, 20%) e 0,5% de nitrato de prata. A eletrofiação permitiu a formação de estruturas tridimensionais semelhantes à Matriz Extracelular (MEC), o que favorece a migração e proliferação celular. A inclusão de carvão ativado impactou significativamente o diâmetro médio das fibras, que diminuiu conforme a concentração de CA aumentava. A amostra com apenas PCL apresentou um diâmetro médio de fibras de 2831 nm, enquanto as amostras com 2%, 10%, 15% e 20% de carvão ativado apresentaram diâmetros médios de 1303 nm, 1277 nm, 1015 nm e 879 nm, respectivamente. Essa alteração na morfologia das fibras sugere que a capacidade de absorção do material pode ser aprimorada com o aumento da concentração de CA.A distribuição da prata foi homogênea ao longo das fibras, o que é essencial para garantir a eficácia das propriedades antimicrobianas da prata. Essa distribuição melhora a aplicação das membranas em curativos bioativos, especialmente para feridas propensas a infecções. A análise por Espectroscopia de Infravermelho por Transformada de Fourier (FTIR) revelou que as bandas características do PCL foram mantidas em todas as amostras, indicando que a estrutura química do polímero não foi alterada