TRANSIÇÕES DE FAMÍLIAS DE RECÉM-NASCIDOS PREMATUROS NA PRIMEIRA ETAPA DO MÉTODO CANGURU
Prematuridade. Método canguru. Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Teoria de enfermagem. Relações Pais-Filho.
O objeto de estudo desta dissertação é a vivência da transição pela família frente à prematuridade do filho/a na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal enquanto primeira etapa do método canguru. Utiliza-se a teoria das transições de Afaf Meleis, para ancorar a investigação e o cuidado de enfermagem nesta etapa da vida, onde a família vivencia diante da prematuridade do filho/a múltiplas, complexas e significativas mudanças. Estudos com enfoque na primeira etapa do método canguru merecem destaque e com teorias de enfermagem, somados à elevada taxa de prematuridade no Brasil. Assim, questionou-se: como a família vivencia a transição diante dessa separação precoce e prolongada do recém nascido pré-termo e como o método canguru na primeira etapa contribui para essa transição? Buscou-se então analisar a transição da família diante da prematuridade durante a primeira fase do método canguru na perspectiva da teoria das transições. Pesquisa qualitativa, descritiva baseada da teoria das transições de Afaf Meleis realizada na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes - HUPAA, serviço público de referência de Maceió, Alagoas, projeto aprovado com parecer: 6.390.020. A coleta de dados ocorreu de dezembro de 2023 a abril de 2024 com 14 famílias, sendo que apenas 1 pai participou da entrevista. Os encontros e entrevistas semiestruturadas ocorreram de acordo com a disponibilidade deles na unidade. As informações foram transcritas e analisadas tendo como base na análise de conteúdo e etapas do referencial teórico. Como resultados a idade das mães variou de 19 a 42 anos, a maioria indicou ter 2° grau completo, e o ensino médio (64,3%), apenas uma família reside em casa de taipa e apenas uma mãe não possui um relacionamento afetivo com o pai do bebê. Ainda, cerca de 78,6% das mães possuem uma união consensual, 14,3% são casadas e 7,1% são solteiras, quanto ao trabalho 28,6% das mães afirmaram que trabalhavam e 21,4% relataram que planejaram a gravidez. Em relação aos padrões de transição das famílias foram múltiplos e simultâneos, pois estavam interligados e todas as alterações citadas modificaram a condição de vida das famílias interferindo nos papéis pessoais, familiares, sociais e/ou profissionais, demandando uma readaptação. Aponta-se como benefícios da utilização da teoria: a operacionalização de intervenções positivas e efetivas; promoção do cuidado dentro do cenário materno-infantil, especialmente ao prematuro, refletindo assim na qualidade da assistência. Também possibilitou a correlação e o envolvimento de conhecimento teórico e prático, onde as ações dos enfermeiros passam a ter um enfoque renovado do cuidado, reafirmação de teorias já aplicadas e o estímulo para a criação de novas. É essencial para a evolução e o desenvolvimento do conhecimento teórico-científico, reflexões filosóficas e teórico metodológicas para inovar a área da enfermagem e da saúde.