ASSOCIAÇÃO ENTRE SINTOMAS DEPRESSIVOS E A COEXISTÊNCIA DE FRAGILIDADE E VULNERABILIDADE NA PESSOA IDOSA NO ESTADO DE ALAGOAS
Depressão; Fragilidade; Vulnerabilidade em Saúde; Pessoa Idosa; Enfermagem.
O objetivo deste estudo foi testar a associação entre sintomas depressivos, fragilidade e vulnerabilidade em pessoas idosas vivendo em comunidade no Estado de Alagoas. Trata-se de um estudo transversal de base populacional, parte integrante do I Diagnóstico Alagoano de Saúde, Nutrição e Qualidade de Vida da Pessoa Idosa realizado entre outubro de 2022 e novembro de 2023 por meio de visitas domiciliares, utilizando formulário impresso previamente estabelecido. A amostra incluiu 992 participantes com 60 anos ou mais residentes de 11 municípios do Estado. Os sintomas depressivos foram avaliados por meio da Escala Geriátrica de Depressão, enquanto a fragilidade foi classificada pelos critérios de Fried e a vulnerabilidade, pelo protocolo VES-13. A análise bruta dos dados revelou uma associação significativa entre sintomas depressivos, fragilidade (OR: 3,29; p<0,001) e vulnerabilidade (OR: 1,32; p = 0,035) na população idosa. Além disso, quando esse fenótipo coexiste com vulnerabilidade, as chances da pessoa idosa apresentar sintomas depressivos aumentam para quase quatro vezes (OR: 3,63; p<0,001). Não obstante, na regressão logística multivariada orientada por Gráfico Acíclico Direcionado, os resultados evidenciaram que a coexistência de fragilidade e vulnerabilidade aumentou significativamente a chance de sintomas depressivos (OR = 3,08; p < 0,001). A fragilidade isolada manteve associação com sintomas depressivos (OR = 2,35; p < 0,001), enquanto a vulnerabilidade isolada perdeu significância estatística após ajuste por fatores de confundimento (p = 0,489). A coexistência do fenótipo de fragilidade e da condição de vulnerabilidade na mesma pessoa idosa potencializa as chances do desenvolvimento de sintomas depressivos quando comparado a existência isolada de uma das duas condições de exposição (fragilidade ou vulnerabilidade). Destaca-se que ao considerar apenas a existência de vulnerabilidade ajustada por fatores de confundimento (independente da fragilidade) esta condição não se associou à depressão.