Desenho urbano de áreas verdes no conforto térmico ao ar livre em cidade tropical de savana
vegetação arbórea; loteamentos urbanos; legislação urbana; simulação computacional; ENVI-Met.
A presença de vegetação nas áreas verdes da cidade é um dos fatores
condicionantes que mais contribuem para minimizar problemas ambientais urbanos.
No entanto, esses espaços não devem ser inseridos de forma aleatória e, nesse
contexto, instrumentos de ordem legislativa que orientam o desenho urbano tornamse imprescindíveis para garantir a destinação de espaços adequados para essa
finalidade. A presente pesquisa objetiva compreender como as áreas verdes e seus
elementos atuam como fator condicionante no índice de conforto PET, no contexto
climático de Arapiraca-AL, cidade de clima tropical de savana. Para isso, foram
utilizadas simulações computacionais com o software ENVI-Met. Os cenários
parametrizados foram elaborados com base nas orientações de legislação municipal
vigente e divididos em dois grupos de análise. Para o primeiro grupo, foram
elaborados cenários de loteamentos hipotéticos com diferentes espécies de
vegetação arbórea (com espécies de copa densa, copa rarefeita e uma combinação
de ambas), definidas a partir de seus respectivos Índices de Área Foliar (IAF). A
vegetação arbórea inserida nos cenários hipotéticos foi calculada para compor
diferentes Índices de Cobertura Vegetal (ICV), que correspondem as densidades de
massa vegetal de 20%, 40%, 60% e 80% de cobertura arbórea nas áreas verdes
dos cenários. Também foi elaborado um cenário de referência sem nenhum tipo de
vegetação. Assim, foi possível analisar a influência das diferentes espécies e das
diferentes densidades de cobertura vegetal no índice de conforto PET (Grupo 1).
Para o segundo grupo, foram elaborados cenários de loteamentos hipotéticos com
diferentes percentuais de área verde (5%, 10% e 15%) e em diferentes distribuições
espaciais (Central, Distribuída, Linear e Mista), com vegetação arbórea de copa
densa e densidade predefinida, de modo a analisar como os diferentes percentuais e
distribuições espaciais de áreas verdes agem como elementos reguladores do índice
de conforto PET (Grupo 2). Os resultados do Grupo 1 mostraram que os cenários
nos quais foram inseridas a vegetação arbórea de copa densa (como espécie única
ou em combinação com a espécie de copa rarefeita) e os cenários com as maiores
densidades de cobertura vegetal (60% e 80%) apresentam as maiores reduções nos
valores de PET. Os resultados do Grupo 2 estão em fase de análise e discussão.
Diante do que foi exposto, o conhecimento relevado sobre a relação entre vegetação
e microclima urbano não só foi ampliado, como também pode embasar políticas
públicas e práticas de planejamento urbano voltadas para a sustentabilidade e
resiliência climática.