IMÓVEIS ABANDONADOS E O PLANEJAMENTO URBANO: DISCUSSÕES A PARTIR DA CIDADE DE MACEIÓ/AL.
Imóveis abandonados; vazios urbanos edificados; centralidade
urbana; especulação imobiliária; verticalização.
O abandono de imóveis nas cidades resulta de diversos fatores, como a dinâmica
do mercado imobiliário, mudanças nos padrões de consumo, regulação urbana e as
intenções dos proprietários. Esse fenômeno tem implicações econômicas e sociais,
sobretudo quando áreas históricas perdem prestígio e novas centralidades surgem.
Esta pesquisa analisa o abandono de imóveis em Maceió, com dados que mostram
uma concentração tanto nas antigas quanto nas novas centralidades. A metodologia
abordou primeiramente a análise dos vazios urbanos edificados na escala urbana,
servindo de base para a escolha da Jatiúca como estudo de caso detalhado. Esse
bairro foi selecionado devido ao seu elevado número de imóveis abandonados e à
sua localização em uma área de centralidade recente e de alta valorização de
mercado, contrastando com os bairros históricos, onde o esvaziamento está mais
relacionado à obsolescência das edificações e do seu entorno. Ambas investigações
foram realizadas a partir da construção de critérios de avaliação da vacância
imobiliária construídos por meio de revisão bibliográfica, os quais foram a base para
a elaboração de uma série de tabulações e cartografias realizadas a partir de dados
secundários, como contratos de água inativos e mapeamentos de órgãos públicos, e
do levantamento de campo, utilizando ferramentas como Google Maps, Google
Street View e visitas in loco. A partir da pesquisa, percebe-se que, na Jatiúca, o
abandono está relacionado a uma excessiva especulação imobiliária impulsionada
pelas dinâmicas de crescimento urbano relativas à verticalização, indicando uma
intensa transformação no uso do solo. Os resultados pretendem fornecer subsídios
para a formulação de políticas públicas que promovam uma ocupação menos
predatória e segregadora, mitigando os efeitos negativos do abandono de imóveis.