Banca de QUALIFICAÇÃO: TAMIRES ALEIXO CASSELLA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : TAMIRES ALEIXO CASSELLA
DATA : 08/04/2025
HORA: 13:30
LOCAL: videoconferência
TÍTULO:

De rastros a restos do bairro Pinheiro, Maceió-AL: um lugar de memória sensível.


PALAVRAS-CHAVES:

desastre socioambiental; arquivo de arquitetura; memória sensível.


PÁGINAS: 199
RESUMO:

Localizado em uma das áreas mais tradicionais de Maceió, Alagoas, o bairro Pinheiro está situado próximo à Av.
Fernandes Lima, importante eixo viário de conexão do município. Há muitos anos, moradores têm relatado o
aparecimento de rachaduras nas paredes de suas casas, fato que foi intensificado após fortes chuvas de verão
ocorridas em 15/02/2018 e o abalo sísmico de magnitude 2,4mR do dia 03/03/2018, levando também à abertura

de crateras em suas vias. Meses depois, constatou-se que isso ocorreu devido à excessiva extração do sal-
gema realizada na capital desde 1977 e, em decorrência dela, outros 04 bairros da cidade - Mutange,

Bebedouro, Bom Parto e Farol – também se mostraram perigosamente afetados. Nesse cenário, uma
instabilidade generalizada do solo foi causada, levando a um êxodo forçado de mais de 60 mil pessoas,
evacuando uma área que abrange mais de 14 mil imóveis, em uma extensão territorial próxima a 270 hectares.
Esse quadro configura o maior desastre socioambiental em curso em área urbana do mundo. Em meados do
século XX, o Pinheiro foi crescendo à medida que a modernização da cidade trouxe equipamentos urbanos para
o seu entorno e, com isso, as residências também acompanharam tal movimento se instalando no local e o
adensando de modo que, no censo de 2010, o bairro possuía o maior número de habitantes dentre os afetados.
Diante disso, este documento parte do registro do histórico de ocupação do bairro, com uma análise dentro do
arquivo de projetos da SEMURB, a começar pelo primeiro registro residencial encontrado na região, em 1951,
até o ano de 1977, quando a mineradora começa suas atividades de exploração, na intenção de documentar
esse período e, consequentemente, registrar parte da memória desse bairro que vem sendo radicalmente
apagado da cidade. Buscando construir outra camada dos mesmos edifícios, foram acessados álbuns de família
dos ex-moradores e registros fotográficos atuais da região, como base para revisão e construção conceitual em
torno do entendimento de patrimônios difíceis e lugares de memória sensível. Assim, questiona-se enquanto
tese: se as referências materiais corroboram para o resguardo de uma memória, como já foi excessivamente
demonstrado, quais são as formas e os motivos de manter o registro de um espaço devastado? Como a perda
de um habitar nesse espaço nos leva a pensar sobre os processos de silenciamento e apagamento de
memórias? E, ainda, será possível um futuro da memória desse local, no sentido de possibilitar que o conjunto
urbano afetado também conte esse percurso da cidade, quando a empresa por trás da exploração e seus
consequentes danos tem a posse e comanda as ações que aos poucos apagam os rastros dos bairros e
constroem o caminho para um possível esquecimento do desastre? Por fim, diante desse contexto, poderia o
bairro Pinheiro ser considerado um lugar de memória sensível?


MEMBROS DA BANCA:
Externo(a) à Instituição - FERNANDA RECHENBERG - UFRGS
Interno(a) - 1647400 - JULIANA MICHAELLO MACEDO DIAS
Interno(a) - 2574033 - MANUELLA MARIANNA CARVALHO RODRIGUES DE ANDRADE
Presidente - 2373057 - ROSELINE VANESSA SANTOS OLIVEIRA
Notícia cadastrada em: 07/04/2025 18:05
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