PERCEPÇÃO E PRÁTICAS DE SUPERVISORES DE ESTÁGIO EM SERVIÇO SOCIAL SOBRE EQUIDADE EM SAÚDE PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA EM UM C.E.R. EM MACEIÓ
Equidade em saúde; Serviço Social; Pessoa com deficiência; Centro de Reabilitação; Educação permanente
Este artigo, desenvolvido no âmbito do Mestrado Profissional em Ensino na Saúde - MPES, teve como objetivo compreender a percepção das assistentes sociais supervisoras de estágio curricular obrigatório sobre as Políticas de Equidade em Saúde voltadas para pessoas com deficiência física e intelectual. A pesquisa foi realizada na Associação dos Deficientes Físicos de Alagoas - ADEFAL, instituição do terceiro setor credenciada ao Sistema Único de Daúde - SUS como Centro Especializado em Reabilitação – CER III. O estudo surgiu da inquietação da autora diante das lacunas na formação acadêmica sobre equidade em saúde e da necessidade de promover práticas mais qualificadas no contexto da reabilitação. A metodologia utilizada foi qualitativa, com a realização de um grupo focal com nove assistentes sociais supervisoras de estágio da ADEFAL. As discussões foram gravadas, transcritas e analisadas segundo a técnica de Análise de Conteúdo proposta por Bardin, a partir de quatro Unidades de Registro: compreensão sobre equidade em saúde; conceito de equidade em saúde para pessoas com deficiência física e intelectual; experiências profissionais; e sugestões de aprimoramento das práticas. Os resultados revelaram diferentes níveis de entendimento sobre a equidade, frequentemente confundida com igualdade, e uma compreensão limitada das políticas públicas específicas para pessoas com deficiência. A maioria das participantes demonstrou desconhecimento aprofundado sobre as diretrizes da equidade em saúde, associando-a, principalmente, à acessibilidade física, sem considerar os aspectos estruturais e políticos da inclusão. Apenas uma participante apresentou uma compreensão mais ampla e técnica do conceito. As experiências práticas relacionadas à equidade foram pontuais, e as sugestões para melhoria destacaram a necessidade de capacitação permanente, articulação intersetorial e sensibilização das equipes interprofissionais. Como produtos educacionais da pesquisa, foram desenvolvidos um site informativo sobre os serviços de reabilitação da ADEFAL e uma capacitação voltada aos trabalhadores do CER, com foco em acolhimento, acessibilidade e fluxos integrados. O estudo reforça a importância da educação permanente para qualificar o cuidado nos Centros Especializados em Reabilitação, promovendo práticas que respeitem as especificidades das pessoas com deficiência e assegurem o cumprimento dos princípios do SUS.