TRANSFORMAÇÕES CURRICULARES NA ENFERMAGEM APÓS A INSTITUCIONALIZAÇÃO DO PNSP COM PERSPECTIVA INTERNACIONAL
Palavras-chave: Segurança do Paciente. Currículo. Enfermagem. Formação em Saúde. Educação. Cultura de Segurança.
Introdução: A segurança do paciente consolidou-se como diretriz essencial na formação em saúde após a criação do Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) em 2013. Apesar dos avanços, sua incorporação nos currículos de Enfermagem permanece fragmentada, com predominância de conteúdos técnicos e baixa transversalidade. Objetivo: Analisar como os currículos de Enfermagem incorporaram as diretrizes do PNSP, identificando lacunas formativas, metodologias pedagógicas, estratégias avaliativas e desafios institucionais para consolidar o ensino da segurança do paciente. Percurso Metodológico: Trata-se de um Trabalho Acadêmico de Conclusão de Curso (TACC) desenvolvido como pesquisa mista (qualitativa e quantitativa), estruturado em três artigos científicos complementares e dois produtos educacionais. O estudo integra: (1) uma revisão de escopo; (2) um estudo bibliométrico; e (3) uma etnografia virtual, compondo um desenho investigativo amplo e multifonte. As buscas realizadas entre 2013 e 2024 nas bases BVS, SciELO, CAPES, ScienceDirect e Wiley Online Library resultaram em 35 artigos analisados por meio da Análise de Conteúdo de Krippendorff. Resultados: Emergiram seis categorias centrais: (1) metodologias pedagógicas inovadoras, especialmente simulação clínica, ABE e cenários; (2) conteúdos curriculares predominantemente técnicos; (3) estratégias avaliativas incipientes; (4) organização curricular fragmentada e marcada pelo currículo oculto; (5) ambientes de aprendizagem seguros, supervisionados e emocionalmente protetivos; e (6) barreiras institucionais relacionadas à formação docente, fragilidade estrutural e resistência à inovação. Os produtos educacionais – um curso de capacitação sobre registro de Enfermagem para a segurança e um protocolo educativo sobre administração ventroglútea da testosterona – foram elaborados para promover práticas seguras e qualificar a formação profissional. Conclusão: Embora haja avanços, o ensino da segurança do paciente em Enfermagem ainda carece de integração curricular, políticas institucionais consistentes e formação docente contínua. A consolidação da cultura de segurança exige currículos transversais, metodologias ativas, avaliação formativa e apoio institucional, com vistas à formação de enfermeiros críticos, éticos e comprometidos com o cuidado seguro.